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Perigo invisível

Pilotos passam mal após respirarem gases de escape de um outro avião

Intoxicação ocorreu após a decolagem, quando o sistema de ar condicionado permitiu a entrada de monóxido de carbono na cabine


Pilotos do A320 declararam emergência após sentirem forte tontura

A tripulação de um A320 teve sua tripulação parcialmente incapacitada após respirarem gases emitidos pelo motor de um jato particular que estava a frente na fila para decolar. Os pilotos sentiram fortes náuseas logo após a decolagem, causado pelos efeitos tóxicos dos gases queimados da aeronave a frente.

De acordo com o BEA, a agência francesa de segurança da aviação civil, o caso ocorreu em novembro de 2017, mas apenas agora foi divulgado os fatores do incidente que aconteceu no aeroporto de Genebra, na Suíça, em um voo da Vueling, empresa aérea de baixo custo espanhola, que voava para Barcelona. 

O relatório aponta que um Cessna Citation Excel estava na frente para decolar, enquanto as aeronaves se dirigiam para a cabeceira 05 do aeroporto suíço. Por volta das 08h51 (horário local), o Cessna recebeu a autorização para a decolagem, um minuto depois, foi a vez da aeronave da Vueling realizar o mesmo procedimento, onde nenhum alerta de alteração do ar da cabine foi acionado. 

Nos 4 minutos seguintes a decolagem o comandante do voo da Vueling começou a sentir fortes náuseas, o que acabou desencadeando a averiguação por parte dos pilotos para saber como estava a qualidade do ar na cabine. Após relatarem um cheiro muito forte, os pilotos entraram em contato com a torre de controle do aeroporto de Genebra para saber mais detalhes da aeronave que precedeu a decolagem, além de reportar o mal-estar dos dois pilotos.

Por segurança, o comandante e o copiloto decidiram fazer o uso de máscaras de oxigênio por conta do enjoo causado e optaram por declarar emergência, alternado para o Aeroporto de Marseille Provence (MRS), na França, onde os mesmos foram levados para o hospital para realizar exames de sangue, ficando confirmado a intoxicação por excesso de monóxido de carbono. A tripulação foi liberada pela equipe médica logo após o caso.

A intoxicação ocorreu possivelmente após o sistema de ar condicionado do Airbus absorver grandes quantidades de monóxido de carbono emitido pelo jato de negócios. O caso é considerado bastante raro, visto que o sistema além de estar distante das áreas de contato direto com gases emitidos por outras aeronaves, possui um complexo sistema de filtros.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 06/11/2020, às 17h00 - Atualizado em 07/11/2020, às 15h11


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