Air France-KLM reduz pedido do Airbus A350F e enfrenta ciberataque que expôs dados de clientes. Setor aéreo vive alerta digital
O grupo Air France-KLM confirmou a redução do pedido de oito para seis aeronaves Airbus A350F (A350 cargueiro), após o fabricante europeu Airbus anunciar atraso na entrada em serviço do modelo.
A nova previsão de entrega levou à revisão estratégica do investimento e à redistribuição dos pedidos: três aeronaves serão destinadas à Air France e três à subsidiária holandesa Martinair Cargo.
Inicialmente, cada companhia receberia quatro aeronaves, que substituirão gradualmente os Boeing 777-200F da Air France e os Boeing 747-400F da KLM e Martinair. Atualmente, o grupo opera dois Boeing 777F e quatro Boeing 747F. Para evitar interrupções nas operações de carga, os contratos de leasing desses modelos podem ser prorrogados até a chegada dos novos cargueiros.
O cenário de atraso também afetou outros clientes. A Air Lease Corporation, cliente lançador do A350F, cancelou integralmente seu pedido de sete aeronaves, citando cautela diante das incertezas no mercado de cargueiros de grande porte e no ambiente comercial global.
Além dos impactos na frota, o grupo Air France-KLM sofreu um ataque cibernético que expos dados de clientes. A violação, detectada nos últimos dias de julho de 2025, ocorreu por meio de uma plataforma terceirizada de atendimento.
Entre as informações acessadas estavam: nomes, contatos, número e nível de associação ao programa Flying Blue e linhas de assunto de e-mails. Dados sensíveis, como senhas, itinerários, passaportes e informações de pagamento, não foram comprometidos.
A companhia notificou os clientes afetados e recomendou atenção contra tentativas de phishing. As autoridades de proteção de dados da Holanda e da França foram informadas, e medidas adicionais de segurança foram implementadas.
O caso se soma a incidentes semelhantes no setor aéreo global, muitos relacionados a vulnerabilidades em sistemas de terceiros. Entre as vítimas recentes estão Hawaiian Airlines, WestJet e Qantas. Relatos de mercado apontam possível ligação do grupo hacker ShinyHunters ao ataque.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 11/08/2025, às 09h16