Setor aéreo da Àfrica é pressionado para fazer mais investimentos em combustíveis sustentáveis de aviação
A Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) pressionou os países africanos para implementarem incentivos em larga escala para a produção e o uso de combustível sustentável de aviação (SAF) com urgência.
Em vários países da África Ocidental, as matérias-primas disponíveis para a produção de SAF, como o óleo de cozinha usado, resíduos agrícolas e lascas de madeira, estão amplamente disponíveis, o que pode ajudar a baratear os custos na região.
Apesar do combustível sustentável custar, atualmente, até quatro vezes mais do que o querosene de aviação (QAV) convencional, companhias aéreas pelo mundo compraram 125 milhões de combustível sustentável em 2021, além de firmarem contratos de aquisições futuras, que totalizaram US$ 17 bilhões (R$ 89,1 bilhões).
“Acho que esta é uma grande oportunidade para os países da África, porque você não precisa mais depender do petróleo do solo para extraí-lo. Agora você pode desenvolver combustível de aviação sustentável, para o qual há uma grande demanda, por meio de várias matérias-primas. Você tem que investir na capacidade de produção e refino, mas 2/3 esta é uma oportunidade para reduzir sua dependência do petróleo importado, gerar empregos na fabricação e refino de combustíveis sustentáveis e melhorar o desempenho ambiental”, segundo Willie Walsh, diretor-geral da Iata, em discurso na Assembleia-Geral da entidade, no Catar, na última semana.
Um dos países da África Ocidental que tem potencial para produzir combustíveis sustentáveis em larga escala é Gana, que experimentou a produção de combustíveis sustentáveis à base de plantas, principalmente a partir da jatropha, da mesma família da mamona, nos últimos 20 anos.
A tecnologia desenvolvida até agora só foi capaz de produzir biodiesel para uso em máquinas de agro-processamento em pequena escala. Estações de tratamento de resíduos existentes em duas cidades do país são consideradas muito promissoras para a produção do SAF.
Marcel Cardoso
Publicado em 27/06/2022, às 05h50
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