Editorial - Edição 242
O apito final do árbitro na decisão da Copa do Mundo da FIFA de 2014 deu início a uma nova era para o transporte aéreo brasileiro. Durante os sete anos de preparação para sediarmos o maior evento do planeta, o principal temor do país se transformou no grande legado do torneio. De vilões a heróis, os aeroportos, sobretudo aqueles concedidos à iniciativa privada, ganharam terminais de primeiro mundo, pátios, pistas de táxi e instrumentos de auxílio à navegação. Evidentemente, há muito a ser feito ainda, como mostrou a experiência no decorrer do próprio mundial. Sem as restrições impostas pelo controle de tráfego aéreo, a demanda de voos seria maior do que a oferta, o que poderia gerar colapsos no sistema. Mas a apreensão diante do gargalo aeroportuário, somada ao aumento do número de passageiros das companhias aéreas, criou as condições necessárias para que o Brasil colocasse em sua lista de prioridades o planejamento e o incremento da malha aérea. Mantendo a proa, temos como recuperar, ainda nesta década, quase 30 anos de estagnação.
Sem abandonar o assunto, mostramos nesta edição o mais moderno aeroporto do mundo, que acaba de ser inaugurado em Doha, para atender justamente à demanda de tráfego da Copa de 2022, prevista para acontecer no Catar. É realmente uma das maravilhas da engenharia, no meio do deserto. Com investimento de US$ 15 bilhões, o Hamad International Airport promete se tornar a principal conexão aérea entre o Oriente e o Ocidente.
Também preparamos uma reportagem especial sobre as novas regras para a aviação geral. Uma revisão técnica da Anac promete dar fôlego novo para fabricantes de ultraleves em desacordo com os limites da categoria LSA/ALE, ou seja, com peso máximo de decolagem acima de 600 kg. A despeito da falta de planejamento da agência, o chamado programa IBR 2020 deve preservar um segmento que entrega cerca de 100 aeronaves por mês no Brasil e emprega mão de obra qualificada para a construção aeronáutica.
Finalmente, destacamos neste número o primeiro EC725 a cumprir todas as etapas de produção na fábrica da Helibras, em Itajubá, Minas Gerais, um marco para a indústria nacional e um passo decisivo para o desenvolvimento de um helicóptero brasileiro.
Bom voo,
Christian Burgos e Giuliano Agmont
Redação
Publicado em 14/07/2014, às 00h00
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