Cronograma de entrega do 777X poderá ser revisto pela Boeing

Mercado acredita que o fabricante pode aguardar melhora na demanda global para certificar o novo avião

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 26/07/2020, às 15h00 - Atualizado às 15h30

O 777-9 realizou o primeiro voo semanas antes da pandemia de covid-19 atingir o mundo e paralisar o transporte aéreo

A Boeing poderá atrasar em até um ano a entrega do primeiro 777-9, que está previsto para entrar em serviço em 2021. A mudança no cronograma estaria ligada a crise gerada pela covid-19 no transporte aéreo global.

Segundo o canal Fox Business, a Boeing poderá aguardar a retomada da demanda por viagens para finalizar o processo de certificação e entrega do novo avião. Criado para atender as principais rotas internacionais de alta capacidade, o 777-9 é oferecido como um substituto aos já veteranos 747-400 e 777-300ER, podendo ainda ser um natural sucessor dos Airbus A380.

O programa 777X acumula pouco mais de 300 pedidos firmes, total considerado abaixo das expectativas iniciais que previam uma considerável demanda para o modelo. Aliás, a Boeing congelou o desenvolvimento do 777-8, a versão de menor capacidade e ultralongo alcance, por falta de pedidos que garantam a viabilidade comercial projeto.

 

Atualmente a maior parte dos pedidos da família 777X vieram de empresas aérea do Oriente Médio, região que já vinha registrando uma constante redução no ritmo de encomendas nos últimos anos. Além disso, a Emirates Airline, maior cliente do 777-9, reviu parte do contrato, optando por modelos menores como o 787 Dreamliner.

Atualmente o 777-9, o maior bimotor do mundo, está em fase avançada de desenvolvimento. Antes mesmo do primeiro voo o modelo já enfrentava como maior desafio a sobrecapacidade existente no mercado antes mesmo da pandemia do novo coronavírus. As empresas aéreas de todo o mundo vinham revendo seus planos de frota, incluindo a aposentadoria anunciada de aeronaves de grande capacidade como o A380, como havia sido declarado pela Air France em 2019. A inglesa British Airways também já tinha planos para retirada de serviço de seus 747, assim como a australiana Qantas Airways e a holandesa KLM. Ainda assim, o trio não havia definido, antes da crise, se substituiriam os Jumbos por aeronaves com capacidade similar.

O 777-9 oficialmente mantém o cronograma de entregas para 2021, inclusive com a alemã Lufthansa – cliente de lançamento do modelo, confirmando a intenção de receber os primeiros exemplares já no próximo ano.

De acordo com a FoxBusiness, uma eventual mudança no calendário da Boeing deverá ser confirmada na divulgação dos resultados na divulgação do balanço do primeiro semestre, previsto para ocorrer na próxima semana.

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