Aeronave deixa a frota após 5 décadas de serviços prestados para a companhia do Reino Unido
Pandemia abreviu a brilhante carreira de 50 anos do Boeing 747 na British Airways
A British Airways comunicou por meio de anúncio aos seus funcionários que irá retirar de operação imediatamente todos os Boeing 747-400 da sua frota. A grave recessão gerada pela pandemia e as pressões sobre o caixa tornaram insustentável a operação do modelo já no curto prazo.
A companhia inglesa enviou uma carta para os seus funcionários justificando que o 747 se tornou inviável para um cenário pós-pandemia e não restou outro caminho a não ser a aposentadoria antecipada dos quadrijatos. Originalmente a previsão era retirar o modelo de serviço somente em 2024.
Recentemente, em comemoração ao centenário da aviação comercial britânica, a British Airways pintou algumas das suas aeronaves para recontar a história das empresas do passado, incluindo alguns Boeing 747 que receberam as cores da icônica BOAC e a pintura clássica da própria British Airways. Isso levou a um retrofit no interior das aeronaves, com o planejamento de manter os aviões por mais alguns anos.
Atualmente a British era a maior operadora global do 747, mas com a maioria dos aviões acumulando mais de vinte anos de serviço ativo. Embora continuassem atraentes em diversos mercados como Pequim, Nova York, São Francisco, Cidade do Cabo e Lagos, os custos de operação e manutenção começavam a se mostrar restritivos no médio prazo, se tornando agora injustificáveis no cenário atual.
Com o anúncio a British Airways seguiu o caminho de outras companhias que também retiraram de serviço seus veteranos e icônicos Jumbos, como a holandesa KLM e a australiana Qantas. Inclusive o anuncio do fim das operações do modelo na empresa britânica ocorreu apenas um dia após a Qantas realizar o último voo de despedida com o 747.
BOAC foi a primeira empresa do Reino Unido a receber o 747, ainda nos anos 1970
A aposentadoria dos 747-400 se tornou uma resposta rápida das empresas aéreas para a reformulação de uma indústria que já aclamava por aeronaves mais eficientes. Com a decisão, muitos apaixonados pela Rainha dos Céus receberam a notícia com angústia. Todavia o processo já era um caminho inevitável por conta da idade dos aviões.
Com o fim dos serviços do Jumbo na frota, a British Airways deixa para a história grandes lembranças, tendo operado três das cinco as versões do 747 (100,300 e 400). O veterano avião, considerado por muitos o mais belo já construído, dará espaço para os novos Airbus A350 e Boeing 787 Dreamliner, mais eficientes e adequados para o momento atual.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 17/07/2020, às 14h00 - Atualizado em 18/07/2020, às 19h09
+lidas