Acidente com o VSS Enterprise

O deserto de Mojave, cenário de grandes acontecimentos da aviação militar e de desenvolvimentos espaciais, desta vez foi palco de um evento triste: a perda da VSS Enterprise, SpaceShipTwo, criada pela Virgin Galactic em parceria com a Scaled Composites. O acidente ocorreu na última sexta-feira, dia 31 de outubro, quando era executado o teste do novo motor, depois de nove meses do último voo com propulsão. Era o voo número 55 do programa de testes e o 35 voo livre. A tripulação era composta por Peter Siebold, comandante, e por Michael Alsbury, copiloto. Peter foi capaz de se ejetar da aeronave, porém seu estado de saúde é grave. Michael faleceu no acidente.

A novidade está na investigação do NTSB, iniciada no dia seguinte ao desastre, sábado, 1º de novembro. É a primeira vez que a agência lidera uma investigação de um acidente com um veículo espacial. Como o presidente do Conselho, Christopher Hart, declarou na sua primeira entrevista no local: o NTSB participou das investigações dos acidentes com os ônibus espaciais, porém, elas foram lideradas pela Nasa.

Espera-se que, com as informações do relatório preliminar do acidente, a FAA tome a decisão sobre a continuidade do programa. Conforme a lei americana, o Departamento dos Transportes dos Estados Unidos não pode regular ou impedir o desenvolvimento de programas de veículos espaciais, ao menos que eles acarretem em acidentes ou perdas de vidas, baseado no Commercial Space Launch Amendments Act de 2004.

Para alguns, esse evento poderá sepultar ou retardar a realização de viagens de turismo espacial, hoje com mais de US$ 89 milhões em depósitos de mais de 700 futuros passageiros, e primeiro voo comercial previsto para 2015.

Mas há quem tenha visão justamente oposta. O mundo da pesquisa e do desenvolvimento está repleto de exemplos nos quais falhas levaram a um novo patamar de segurança e desempenho das operações, como aconteceu após a perda da Apollo 1 da Nasa.