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Aviões vazios

Variante inglesa do coronavírus ameaça as empresas aéreas na Europa

Setor teme que novo vírus possa reduzir ainda mais a demanda, ampliando os prejuízos causados pela pandemia


Empresas europeias temem que nova variante do coronavirus impacte ainda mais nos seus resultados

A nova cepa do coronavírus identificada inicialmente no Reino Unido poderá representar um duro golpe contra as empresas aéreas europeias, que já acumulam pesadas perdas.

Considerado uma variante com maior facilidade de mutação, o vírus poderá forçar os governos de diversos países retomarem regras de restrição de viagens, além de milhões de viajantes postergarem novamente seus planos.

A IAG, que engloba a British Airways e Iberia, relatou uma perda de 1,3 bilhão de euros no terceiro trimestre de 2020. O resultado operacional foi pior do que o esperado, visto que analistas previam prejuízo de € 920 milhões. Comparado ao mesmo período de 2019, a IAG havia registrado lucro de € 1,4 bilhão. Com a possibilidade de maior contaminação com a nova variante do coronavírus a empresa reduziu ainda mais suas perspectivas de capacidade. Com redução na capacidade e na oferta de voos, que chegou a atingir apenas 30% do disponível, a IAG não espera mais atingir no curto prazo um ponto de equilíbrio no fluxo de caixa líquido. A liquidez em meados de outubro foi de € 9,3 bilhões.

A Lufthansa perdeu apenas nos três primeiros trimestres de 2020 mais de € 1,7 bilhão, com a receita no segundo trimestre (auge da crise) recuando 80% atingindo a marca de € 1,9 bilhão antes € 9,6 bilhões no mesmo período de 2019.

Já a Air France, subsidiária do Air France KLM Group, uma das empresas mais afetadas pela pandemia, espera reportar um prejuízo operacional de € 2 bilhões ao final do ano fiscal de 2021. Segundo a imprensa francesa, o prejuízo diário no ano passado foi de aproximadamente € 5,4 milhões. A companhia reestruturou suas operações, incluindo uma revisão da frota que antecipou a aposentadoria do A380. As alterações devem impactar em uma redução de 40% na capacidade de assentos, quando comparado ao período de pré-pandemia. No terceiro trimestre de 2020 a Air France reportou uma dívida líquida de € 9,31 bilhões, alta de € 1,34 bilhão no período.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 06/01/2021, às 10h29 - Atualizado às 10h37


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