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PSOL quer cobrar taxa ambiental sobre classe executiva e aviação de negócios

Projeto propõe taxa sobre passagens premium e voos em jatos de negócios para financiar ações climáticas


Cobrança será de até 10% para voos internacionais e poderá chegar a R$ 1.000 por tonelada de CO₂ em operações de aviação executiva - Divulgação
Cobrança será de até 10% para voos internacionais e poderá chegar a R$ 1.000 por tonelada de CO₂ em operações de aviação executiva - Divulgação

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) apresentou, na última sexta-feira (4), um projeto de lei que prevê a criação de taxas sobre passagens em classes superiores de voos comerciais e operações com aeronaves de negócios. O objetivo é destinar os recursos arrecadados a ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

O texto estabelece a cobrança de uma taxa de 5% sobre o valor da passagem em voos domésticos e de 10% em voos internacionais para passageiros das classes executiva e primeira classe. No caso de jatos de negócios, a alíquota será proporcional às emissões de dióxido de carbono (CO₂), com valores de R$ 500 por tonelada em rotas nacionais e R$ 1.000 por tonelada em voos internacionais.

A proposta prevê ainda incentivos para operadores que adotem práticas menos poluentes. A cobrança poderá ser reduzida em 50% para voos que utilizarem mais de 50% de combustível sustentável de aviação (SAF). Também estariam contempladas aeronaves híbridas e elétricas com emissões abaixo da média do setor, embora esses modelos ainda não estejam disponíveis comercialmente.

Os recursos arrecadados seriam direcionados ao Fundo Nacional sobre Mudança do Clima. Pelo menos 30% do montante deverá ser aplicado em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e alta vulnerabilidade ambiental.

Segundo dados citados na justificativa do projeto, do International Council on Clean Transportation, jatos de negócios podem emitir até cinquenta vezes mais CO₂ por passageiro do que aviões comerciais, enquanto passageiros de classes premium respondem por emissões significativamente maiores do que os da classe econômica.

A fiscalização ficaria a cargo da Receita Federal e da ANAC. O descumprimento das normas poderá resultar em multa de 100% do valor devido, além de sanções administrativas.

A iniciativa é inspirada em polêmicos projetos já implementados ou em debate em países como França, Reino Unido, Espanha e Barbados. A proposta afirma que não há sobreposição com tributos já existentes, como ICMS sobre combustíveis ou Imposto de Renda sobre transporte.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 08/07/2025, às 14h37


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