Boeing testa com a Nasa novo modelo construtivo que poderá viabilizar maior uso de hidrogênio em naves e aviões
Tanque criogenico construído em materiais compostos é mais leve e resistente que o modelo de aço | Foto: Divulgação
A Boeing desenvolveu um novo tanque de combustível criogênico de alta capacidade, que poderá ser usado no futuro estágio superior do foguete Space Launch System (SLS) da NASA.
O tanque tem 4,3 metros de diâmetro e foi feito totalmente de materiais compósitos e sem revestimento. Todo o conjunto passou por uma série de testes no centro de voos espaciais George C. Marshall da NASA, no Alabama.
Companhias chinesas acumularam prejuízos bilionários em 2021
De acordo com a Boeing, os ensaios foram bem-sucedidos e mostram que a nova tecnologia está madura, segura e pronta para uso em veículos aeroespaciais.
O SLS deverá ser o foguete usado na retomada dos voos tripulados para a Lua, dentro do projeto Artemis de exploração espacial e lunar. Caso a tecnologia do tanque seja adotada no foguete haverá uma redução no peso estrutural, o que permite aumentar a massa de carga útil em até 30%.
Futura missão tripulada para a Lua vai empregar a nova família de foguetes SLS
“Os compósitos são o próximo grande avanço tecnológico para grandes estruturas de armazenamento criogênicas aeroespaciais”, disse Carlos Guzman, chefe da fabricação de tanques criogênicos de compósitos da Boeing. “Apesar dos desafios de lidar com os compósitos, esses materiais oferecem grandes vantagens em relação às estruturas metálicas tradicionais.”
Entre os entraves da tecnologia está seu maior custo e exigência de um processo mais acurado de qualidade de produção. Pequenas variações podem comprometer a estrutura completa do material, colocando em risco todo o projeto.
Durante os testes, financiados pela DARPA, a agência de pesquisas militares dos Estados Unidos, os engenheiros da Boeing e NASA encheram uma embarcação com líquido criogênico em vários ciclos de teste, pressurizando o tanque até atingir e ultrapassar as cargas operacionais esperadas. No teste final, que pretendia forçar o tanque até causar falhas, as pressões atingiram 3,75 vezes os requisitos do projeto sem causar danos estruturais significativos.
“O suporte da NASA nesses testes foi essencial”, disse Steve Wanthal, gerente de testes da Boeing. “Usamos seus conhecimentos técnicos e investimentos na infraestrutura de testes do Centro de Voos Espaciais George C. Marshall para continuar avançando nessa tecnologia, o que beneficiará todo o setor.”
Os testes ainda devem fornecer informações para futuros projetos para uso de hidrogênio como fonte de energia para a aviação comercial.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 07/02/2022, às 13h00 - Atualizado às 13h41
+lidas