Aeronave brasileira foi declarada operacional, mas grupo separatista tenta reverter seu uso temendo massacre
Aeronave foi oficialmente introduzida pela força aérea da Nigéria e cerimônica contou com autoridades dos EUA
O primeiro lote do Super Tucano destinado a Nigéria foi declarado introduzido em serviço pela força aérea. A cerimonia realizada entre os militares nigerianos e autoridades do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, ocorreu no último dia 31 de agosto.
A Nigéria recebeu seus seis primeiros A-29 Super Tucanos no dia 22 de julho, após um processo de vendas intermediado pelos Estados Unidos.
Companhias aéreas perderam quase R$ 1 bilhão em receitas em agosto
O avião de ataque é produzido pela Embraer Defence & Security em conjunto com a norte-americana Sierra Nevada Corporation (SNC), dentro de um contrato para doze aeronaves.
Todavia, o grupo separatista na região de Biafra, no leste da Nigéria, entrou com uma ação em Washington, nos Estados Unidos, contra o Secretário de Estado, Antony Blinken e o Secretário de Defesa, Lloyd Austin, com objetivo de vetar as vendas dos aviões.
Ainda que metade do pedido já tenha sido entregue, o grupo separatista Ipob (Povos Originários de Biafra) pretende impedir a chegada dos seis aviões remanescentes e tentar retirar do país os demais.
O argumento é que o governo nigeriano poderá usar as aeronaves contra a minoria de Biafra, como ocorreu durante o conflito entre 1967 e 1970. Na ocasião o movimento separatista foi duramente reprimido pelas forças federais, com um saldo de ao menos 2 milhões de mortos.
Atualmente o Ipob busca a convocação de um plebiscito para votar a independência de nove estados nigerianos, algo considerado ilegal por Abuja, capital do país. O governo considera o grupo com organização terrorista.
O projeto prevê a criação de um pequeno estado independente, que representa apenas 8% do território atual da Nigéria, mas concentra a maior parte das reservas de petróleo e gás, assim como 65 milhões de pessoas, o que representa 30% da população do país.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 02/09/2021, às 11h00 - Atualizado às 16h17
+lidas