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Um gigante apequenado

Subutilizado e em crise, aeroporto do Galeão completa 70 anos

O segundo maior aeroporto internacional brasileiro sofre com a violência e com a mobilidade precária


Aeroporto do Galeão

Visão do Pier Sul do aeroporto internacional do Rio de Janeiro (GIG), inaugurado em 2016 | Foto: Divulgação

Em 1.º de fevereiro de 1952, o aeroporto internacional do Rio de Janeiro (GIG), no Galeão, foi inaugurado. Suas origens vêm da década de 1920, com o crescimento das operações militares no país, passando pela criação da Base Aérea, existente até hoje.

Na segunda metade da década de 1940, por conta da precariedade nas operações de passageiros no aeroporto Santos Dumont, inaugurado cerca de dez anos antes, deu-se início à construção de um terminal destinado a recebê-los no hoje chamado de TPS5, ocupado atualmente por escritórios de empresas cargueiras.

Vinte e cinco anos depois, em 20 de janeiro de 1977, o Terminal 1 foi inaugurado, em substituição ao antigo. Em 1992, as obras para a construção do Terminal 2 começaram, sendo entregues sete anos mais tarde, mais do que duplicando a capacidade do aeroporto, na época, para mais de oito milhões anuais. Em maio de 2016, por conta dos Jogos Olímpicos que seriam sediados no Rio, uma extensão do Terminal 2, chamada de Pier Sul, foi aberta. Ela atualmente é destinada apenas para receber voos internacionais.

A partir de 1985, com a inauguração do aeroporto internacional de São Paulo (GRU), o Galeão começou a perder sua evidência na aviação brasileira. Com o decorrer dos anos, a eclosão da violência em seus acessos, bem como as sucessivas crises financeiras no Estado acentuaram ainda mais a sua subutilização, com exceção dos períodos de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014 e das próprias Olimpíadas, dois anos mais tarde.

Apesar de receber atualmente voos internacionais das principais companhias aéreas da Europa e das Américas e de ser um dos centros de operações (hub) da Gol Linhas Aéreas, o número de passageiros que passam no local vem diminuindo a cada ano, por conta da preferência para o Santos Dumont, um dos mais bem localizados do mundo, a 15 minutos a pé da avenida mais movimentada do Centro do Rio de Janeiro.

Desde 2014, o aeroporto internacional é administrado pela concessionária RIOgaleão, que realizou diversas intervenções em seu sítio, mas enfrenta limitações para fazer investimentos, por conta da crise. 

Nas últimas semanas, o GIG foi o responsável por uma forte discussão envolvendo políticos fluminenses sobre a concessão de seu vizinho SDU. O temor era de que o esvaziamento do aeroporto internacional pudesse ser ampliado com o modelo de leilão proposto, o que foi revisado pelo Ministério da Infraestrutura, após acordo com o Governo do Rio de Janeiro.

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Marcel Cardoso
Publicado em 01/02/2022, às 09h25 - Atualizado às 09h38


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