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Testes em túnel de vento

Nasa adota tecnologias raras dos anos 1950 para reduzir o estrondo do voo supersônico

Com soluções pouco usuais, programa QueSST quer derrubar proibição de sobrevoos de áreas povoadas acima da velocidade do som




Uma série de testes em túnel de vento deu origem a soluções pouco usuais no programa do um X-Plane da NASA, supersônico, buscando satisfazer as especificações do projeto da Lockheed Martin.  O avião supersônico (QueSST, ou Quiet Supersonic Technology) de demonstração, que iniciará uma série de testes em 2020, conta com a admissão de ar de seu  único jato montado de maneira rara, só encontrada no passado em jatos como o Douglas X-3 ‘Stiletto’ e o Convair F2Y ‘Sea Dart’.

O programa – como muitos antes dele – tem como objetivo controlar o estrondo sônico (sonic boom) causado pelo rompimento da barreira do som. A NASA vai apresentar os dados dos testes ao FAA em meados de 2020, esperando convencê-la a modificar a proibição de meio século atrás de voos supersônicos de aeronaves civis sobre áreas habitadas.

A maioria dos supersônicos tem motores montados ou próximos ao nariz da aeronave ou sob a fuselagem. Desta vez, a NASA resolveu montá-los no topo do avião, proporcionando um “escudo anti-boom”. O ruido produzido pelo motor é desviado para cima, não se propagando para baixo em direção ao solo.

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Convair F2Y Sea Dart (alto) e Douglas X-3 Stiletto

O Centro de Pesquisas Glenn da NASA em Cleveland, Ohio, realizou 73 horas de testes com o modelo do X-Plane em seu túnel de vento de 2,40 X 1,80 m, satisfazendo plenamente os engenheiros. A agência pretende realizar uma passagem rasante sobre uma cidade (a ser escolhida) em velocidade de Mach 1.4. 

Prevê-se que a atenuação do sonic boom seja de 75db no solo, comparado aos 105db do ‘Concorde’. A meta faz com que o nariz do novo X-Plane tenha um comprimento "fora do comum", prejudicando a visão do piloto e exigindo da NASA um sistema de visão externa (VXS). A onda de choque também é enfrentada pelas superfícies “canard” à frente do cockpit.

A aeronave também apresenta pequenas superfícies na deriva vertical que formam uma cauda “T” em miniatura. Tudo para contribuir para reduzir o boom sônico.

Por Ernesto Klotzel
Publicado em 22/08/2017, às 12h00 - Atualizado em 24/08/2017, às 14h51


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