AERO Magazine
Busca

Efeito Greta

Biocombustível promete reduzir em 75% a emissão de carbono na aviação

Rolls-Royce utilizará combustível 100% sustentável em testes com motores de próxima geração


Motor Rolls-Royce Trent

Novo combustível sustentável poderá ajudar o setor aéreo se adequar as novas normas de emissões de poluentes

A Rolls-Royce planeja utilizar apenas combustível sustentável nos seus próximos testes em solo de motores a jato. O fabricante britânico pretende ampliar sua estratégia de descarbonização no setor aeronáutico, atendendo as futuras normas ambientais que devem entrar em vigor na Europa na próxima década.

Aos novos ensaios vão utilizar combustível de aviação sustentável (SAF, em inglês),e serão avaliados em paralelo com os motores de próxima geração, que utilizam tecnologias avançadas de construção e oferecem melhor relação no consumo e emissão de poluentes.

A Rolls-Royce pretende confirmar que o SAF puro, sem estar misturado com querosene de aviação, contribui significativamente para melhorar o desempenho ambiental dos motores, sem comprometer a capacidade de geração de empuxo. A formullação foi especialmente elaborada por especialistas em combustíveis de baixos índices de carbono da World Energy, localizada em Paramount, na Califórnia e fornecido pela Shell Aviation e SkyNRG.

Este combustível não misturado tem potencial de reduzir significativamente as emissões líquidas de Co² em mais de 75% em comparação com querosene convencional, com a possibilidade de reduções adicionais nos próximos anos. Ainda que o consumo especifico ainda seja próximo dos combustíveis já existentes, uma eventual redução drástica nas taxas de emissão de poluentes poderá significar uma mudança radical no uso de querosene, padrão no setor de transporte aéreo desde o início da década de 1960.

“A aviação é uma força tremenda para o bem, mantendo o mundo conectado, mas temos que fazer isso de forma sustentável. Esses testes visam mostrar que podemos oferecer reduções reais de emissões. Se a produção SAF puder ser ampliada – a aviação precisará de 500 milhões de toneladas por ano até 2050 – podemos dar uma grande contribuição para o nosso planeta”, disse Paul Stein, diretor de tecnologia da Rolls-Royce.

Os testes pretendem demonstrar que os motores aeronáuticos de próxima geração podem operar alimentados com 100% de SAF, estabelecendo as bases para capacitar a indústria petroquímica e as autoridades para a certificação de um novo tipo de combustível.  Atualmente, o uso de SAF é certificado para misturas de até 50% com querosene de aviação, mas não podendo ultrapassar esse limite. Atualmente a maioria dos motores a jato em serviço podem utilizar SAF sem grandes restrições. Porém, seu uso ainda é limitado em vista da pequena oferta existente no mundo.

Com a expectativa de começar os testes nas próximas semanas em Derby, no Reino Unido, a Rolls-Royce anunciou que primeira etapa envolverá testes de solo com um motor da família Trent [não confirmado qual série] que já incorpora a tecnologia de queima enxuta ALECSys (Sistema avançado de combustão de baixa emissão).  

Por Gabriel Benevides
Publicado em 18/11/2020, às 13h00 - Atualizado às 20h56


Mais Notícias