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Robô com inteligência artificial será usado no espaço, podendo interagir com humanos

Sistema traz para a realidade tecnologias da ficção cientifica e promete aumentar experiências em viagens espaciais


A inteligência artificial está próxima de chegar ao espaço, confirmando o que a ficção-cientifica anuncia há várias décadas. A agencia espacial alemã, DLR (Deutsches Zentrum für Luft- und Raumfahrt) em cooperação com a Airbus e a IBM estão desenvolvendo um sistema móvel interativo para a tripulação, ou Cimon (Crew Interactive MObile CompanioN) baseado em inteligência artificial voltado para apoiar os astronautas em suas missões diárias. O demonstrador da tecnologia possui o tamanho de uma bola para exercícios e conta com aproximadamente 5 kg.

O Cimon foi concebido para prestar suporte aos astronautas na realização de trabalhos de rotina como, podendo exibir procedimentos padrão e ainda aprender com o uso dos astronautas. Sua rede neural de inteligência artificial permite ao sistema aprender e oferecer soluções complexas para problemas.

A plataforma utiliza a tecnologia Watson AI, da IBM, baseado em tecnologia de nuvem. Para criar uma maior interação com os humanos, o sistema conta com um rosto próprio, voz e inteligência artificial, o que permite ser um novo membro da tripulação. Ao contrário do Robonaut 2, enviado a estação espacial pela Nasa, em 2011, que possuía formato humanoide, o Cimon possui formato de uma esfera com um rosto computacional. O conceito é similar ao de filmes como Interstellar, que a inteligência artificial usava seus recursos em forma de apoio técnico, sem preocupação com semelhança física com humanos. O Cimon, permite aos membros da tripulação fazer mais do que apenas trabalhar com uma visão esquemática dos procedimentos e checklists prescritos, podendo também interagir com os tripulantes. O objetivo é permitir uma melhor integração com os humanos e facilitar o trabalho dos astronautas, aumentando a eficiência e a segurança. O sistema ainda pode atuar como alerta precoce para problemas técnicos.

Abaixo R2 da Nasa, que contava com formato humanóide

O Cimon será testado na estação espacial internacional por Alexander Gerst, durante a missão Horizons da Agência Espacial Europeia, entre junho e outubro desse ano.

Em agosto de 2016, a DLR, encarregou um grupo de especialistas aeroespaciais o desenvolvimento de uma nova tecnologia de inteligência artificial. Uma equipe de 50 pessoas composta de membros da Airbus, DLR, IBM e da Ludwig-Maximilians-Universität Munich (LMU) passou a trabalhar no projeto, auxiliando o sistema a se orientar, se mover e absorver conhecimento com a ajuda da tecnologia Watson AI. Atualmente o Cimon está treinando para reconhecer os seus parceiros humanos. O Watson AI foi treinado usando amostras de voz e fotos de Gerst, enquanto no banco de dados foram inseridos procedimentos e plantas do módulo Columbus da estação espacial.

A primeira fase dos ensaios prevê uma gama limitada de capacidades, quando Gerst trabalhará no espaço com o Cimon em três oportunidades, realizando um experimento com cristais, deverão resolver um problema no cubo de Rubik e realizarão uma complexa experiência médica, com o Cimon atuando como uma câmera voadora inteligente.

No médio prazo, os pesquisadores planejam usar o projeto para examinar os efeitos da permanência em grupo durante longos períodos de tempo, que será aplicado em estudos sobre a viabilidade de missões de longa duração para a Lua e Marte. A interação social entre pessoas e máquinas, entre astronautas e sistemas de assistência equipados com inteligência emocional, poderia desempenhar um papel importante em missões de longa duração. A ficção cientifica mostrou que a ideia é plausível.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 05/03/2018, às 13h00 - Atualizado às 13h04


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