Fabricante trabalha para completar ajustes finais antes de submeter o modelo a nova certificação, esperada para julho
Boeing deverá realizar voo de validação para obtenção da certificação em meados de julho
Conforme a recertificação do 737 MAX se aproxima, agências reguladoras do mundo inteiro passaram a olhar com mais cautela o retorno do avião, que desde março do ano passado está proibido de voar. Recentemente a FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos, emitiu uma diretiva de aeronavegabilidade sobre um problema de fiação.
A diretiva refere-se à fiação dentro das naceles do 737 MAX, demonstrando que determinados painéis da carenagem externas do motor podem não ter capacidade para garantir a blindagem adequada da fiação dos efeitos gerados pelos campos eletromagnéticos de alta intensidade irradiados pelo próprio sistema, podendo potencialmente levar a perda de potência do motor.
“O problema da fiação por si só não poderá gerar um problema crítico de segurança. Porém, quando o problema da fiação se junta a algo crítico, como a perda de um motor, é uma questão importante a ser abordada e corrigida”, disse um porta voz da EASA, a agência europeia de segurança da aviação.
Segundo o Seattle Times, a EASA e a Transport do Canadá, querem que a Boeing faça alguns ajustes parte dos sistemas de controle de voo que o MAX herdou da família 737 NG. No entanto, essas mudanças ocorrerão de fato somente após a volta do 737 MAX aos céus.
O voo de certificação deverá ocorrer no final de julho de 2020, um ano e quatro meses após a proibição das operações comerciais. A expectativa é que o retorno dos voos ocorra em meados de setembro.
A Boeing trabalha na finalização das atualizações dos procedimentos de treinamento e dos manuais dos pilotos, abordando em detalhes as atualizações realizadas e as potenciais falhas de segurança que a aeronave ainda carrega, além de mencionar detalhes dos procedimentos no MCAS.
O fabricante agora recomenda que os pilotos em transição entre o 737 NG e o 737 MAX realizem seções em simuladores, o que ocorreu após longa pressão das agências reguladoras em todo o mundo, o que inicialmente a Boeing tratava como fora de cogitação. Após uma longa espera, a revisão do software MACAS foi concluída e a Boeing trabalha nos preparativos finais antes do voo final para obter uma nova certificação.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 26/06/2020, às 16h00 - Atualizado às 16h30
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