Brasil avança nos testes e capacidades para construir veículo hipersônico
Muitos estudos científicos e missões em prol da defesa poderão ser realizados com o 14-X | Foto: FAB
A Força Aérea Brasileira lançou, na última terça-feira (14) o 14-X S, um demonstrador de tecnologia de voo hipersônico. O teste aconteceu no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no estado do Maranhão.
O 14-X S atingiu uma velocidade de Mach 6, o que representa seis vezes a velocidade do som, além disso, o demonstrador atingiu uma altitude de 30 km, para isso foi utilizado um veículo acelerador hipersônico (VAH). O protótipo seguiu a trajetória até um impacto seguro no Oceano Atlântico.
O teste verificou o uso do motor a ser equipado no futuro veículo aéreo hipersônico brasileiro, trata-se de sistema de propulsão hipersônica aspirada, scramjet, o que significa que o motor vai absorver uma grande qualidade de ar, comprimi-la, direcioná-la a uma grande combustão e ejetar os gases de forma muito potente.
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Auxiliando do CLA, o Centro de Lançamento de Barreira do Inferno (Clbi), localizado em Natal (RN), fez todo o rastreamento do demonstrador, o que coloca o Brasil em um seleto grupo de países capaz de projetar, construir, lançar e rastrear veículos hipersônicos.
VAH 14-X S Projeto Propulsão Hipersônica 14-X
— Força Aérea Brasileira 🇧🇷 (@fab_oficial) December 15, 2021
Hoje (14/12), a FAB realizou a decolagem do primeiro ensaio do demonstrador brasileiro da tecnologia Hipersônica Aspirada. Parabéns aos profissionais do DCTA que participaram do projeto. 🇧🇷🚀@DefesaGovBr
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"A sinergia dos vários atores evidenciou a capacidade do DCTA de realizar um ensaio em voo desse nível de complexidade. Além disso, deixamos uma equipe qualificada e preparada para os novos desafios", disse Eduardo Viegas Dalle Lucca, coronel aviador e coordenador geral da operação.
Todo isso faz parte da Operação Cruzeiro, que tem por objetivo criar um veículo hipersônico brasileiro, o 14-X.
O projeto tem esse nome em forma de homenagem ao 14bis de Alberto Santos Dumont, que fez o voo do mais pesado que o ar, em 23 de outubro de 1906, na França.
O 14-X representa um alto valor estratégico e científico ao país. O veículo hipersôncio poderá , por exemplo, realizar voos de reconhecimento, ou seja, registrar por meio de imagens áreas de interesse, ou mesmo, estudos científicos das mais diversas áreas, entre outras aplicações.
Outras etapas são cruciais para o sucesso do projeto 14-X | Foto: DCTA
Outras fases são essenciais para o sucesso do projeto, são elas:
14-XS: Nesta etapa é feita uma demonstração em voo balístico com combustão supersônica;
14-XSP: Na segunda fase da demonstração de voo, ocorre uma propulsão hipersônica aspirada (scramjet);
14-XW: Na terceira fase da demonstração em voo, acontece um voo planado, sem propulsão, mas com a capacidade do veículo hipersônico ser controlável e realizar manobras com o sistema de guiamento, navegação e controle (GNC), bem como o emprego de materiais avançados, durante o voo hipersônico na estratosfera.
14-XWP: Por sim, acontece uma demonstração em voo autônomo de um veículo hipersônico que é controlável e manobrável com propulsão hipersônica aspirada, desta vez ativado.
Por André Magalhães
Publicado em 17/12/2021, às 12h15 - Atualizado às 12h46
