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Efeito MAX

Principal cliente do 737 estuda adquirir novos tipos de aeronaves

Southwest Airlines volta a discutir a viabilidade de operar mais de um modelo de avião na frota


Southwest Airlines possui 34 aeronaves da família 737 MAX na frota e acumula prejuízo superior aos US$ 435 milhões com a proibição dos voos

A gigante low-cost Southwest Airlines é mundialmente famosa por operar uma frota composta unicamente pelo 737, sendo uma das maiores clientes da Boeing em toda a história. Todavia, a empresa está revendo a padronização da frota e estuda adquirir aeronaves de outros fabricantes.

Em entrevista à rede norte-americana CNBC, o CEO da Southwest, Gary Kelly, afirmou que pediu ao conselho da companhia aérea um estudo para avaliar se deveriam manter a Boeing como seu único fornecedor de aeronaves.

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A companhia se destacou por racionalizar os custos ao operar um único modelo de aeronave, reduzindo gastos com treinamento e ampliando o conhecimento das equipes técnicas e de manutenção no avião. “Todo piloto [da Soutwest] é especialista no 737. Portanto, há muitas vantagens, não apenas eficiência, mas também vantagens de segurança em se dedicar a um tipo de aeronave”, afirmou Kelly.

A empresa possui 34 aeronaves da família 737 MAX já recebidas e estocadas após a proibição global da operação do modelo. Segundo balanço financeiro divulgado pela Southwest a paralização dos voos custou até o final de setembro US$ 435 milhões.

Durante a entrevista Keely afirmou que sua prioridade no momento é fechar um acordo de compensação com a Boeing, visto o grande impacto da paralização no planejamento de rotas e no desempenho financeiro da companhia aérea.

Embora a expectativa seja que a FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos, conclua o processo de recertificação até o final de 2019, a maior parte das companhias aéreas no mundo não acreditam que poderão voltar a voar antes de fevereiro. A Southwest afirmou que não deverá retomar os voos ainda este ano, aguardando a definição das autoridades para anunciar o retorno da operação com a família 737 MAX.

A Southwest havia aprovado a continuidade da política de manter apenas um modelo de avião na frota em 2011, quando a Boeing oficializou o lançamento do 737 MAX. Com os problemas gerados pela proibição dos voos, a companhia volta a discutir a viabilidade econômica e estratégica de ter dois modelos na frota. “Não estou dizendo que vamos mudar. Estou simplesmente reconhecendo que é algo que precisará ser revisto”, destacou Kelly em entrevista. “"Podemos descobrir, duvido, mas podemos descobrir que é melhor ter dois aviões [na frota] econômica e operacionalmente”.

Ainda que o tema de ampliar o número de fornecedores tenha sido levado novamente ao conselho da Southwest, Kelly afirmou que considera a Boeing um fabricante sério. “Mas tenho sido muito claro, não estamos felizes com a nossa situação”.

A Boeing deverá destinar US$ 5 bilhões, ante impostos, apenas para reparar as perdas financeiras dos clientes do 737 MAX. Contudo, o mercado estima que o montante é suficiente para cobrir os danos de um ano de paralização. Uma eventual extensão do prazo poderá gerar um custo extremamente alto par a Boeing, além de pressionar uma alta no valor dos alugueis de aviões da geração do 737 NG e Airbus A320.

Atualmente a American Airlines estima que está perdendo US$ 50.000 ao dia para cada 737 MAX proibido de voar, valor que deve refletir a média global dos operadores do modelo.

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Por Edmundo Ubiratan | Imagem: Divulgação
Publicado em 28/10/2019, às 13h00 - Atualizado às 16h04


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