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Efeito dominó

Lufthansa poderá demitir 30 mil funcionários

Coronavírus e inverno rigoroso somam desafio inédito para empresa alemã


Lufthansa confirmou a aposentadoria de parte da frota, somando mais de cem aeronaves

O Conselho Executivo da Lufthansa não descartou a possibilidade de demitir 30.000 funcionários caso o cenário de viagens aéreas não mostre uma recuperação consistente nos próximos meses. Um dos temores é uma redução ainda mais significativa de viagens por conta do inverno que pode comprometer o número das operações na Europa e em parte do hemisfério norte.

Em carta aos funcionários, o Conselho explicou que a companhia está passando por um momento mais difícil do que nunca, impossibilitando a capacidade de previsão de quando e como irá acontecer a recuperação do mercado. A companhia alemã soma prejuízos de 1,3 bilhão de euros no seu balanço preliminar do terceiro trimestre.

“Ninguém pode prever com segurança esses efeitos. No entanto, estamos determinados a preservar pelo menos 100.000 dos 130.000 empregos atuais do Grupo Lufthansa. Mesmo que atualmente não tenhamos trabalho quase suficiente para uma força de trabalho deste tamanho”, destacou a carta. “Depois de um verão que deu a todos nós motivos para ter esperança, agora estamos mais uma vez em uma situação que equivale a um bloqueio em vigor”, acrescentou o conselho.

Apesar da ajuda do governo alemão ao adquirir 25% na participação da Lufthansa, este esforço mostra que não será suficiente para o grupo responder aos desafios diante do inverno rigoroso que se aproxima, com níveis nunca vistos desde 1970.

A preocupação impacta duramente as operações da Lufthansa e suas subsidiárias por conta da previsão do fluxo de passageiros previsto para menos de um quinto em comparação aos mesmos níveis de 2019.

A empresa alemã ainda teme uma nova onda de fechamento de fronteiras ou endurecimento das restrições de viagens na Europa e em demais países. A Lufthansa se tornou mundialmente reconhecida nas últimas décadas por apresentar um sólido crescimento e balanços positivos, mas que não foram suficientes para enfrentar a mais grave crise vivenciada pelo setor aéreo.

Recentemente a empresa confirmou a aposentadoria de mais de cem aviões, incluindo parte da frota de Airbus A380 e 747-400, assim como diversos modelos de corpo estreito, como a família A320.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 28/10/2020, às 13h00 - Atualizado às 15h59


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