Nos últimos seis meses houve um aumento de 49% na demanda corporativa
Aeronaves de negócio permitem ampliar conectividade e oferecem flexibilidade de horário e destino
A aviação de negócios começa a sentir os primeiros impactos da pandemia de covid-19, com um gradual aumento na demanda por voos corporativos. Nos Estados Unidos aproximadamente 31% das empresas estão expandido o uso de aeronaves particulares.
Além da questão de segurança sanitária, visto que uma aeronave de negócios transporta menos passageiros, muitas empresas sentiram os efeitos do quase total cancelamento de voos ao redor do mundo. A aviação de negócios manteve sua flexibilidade, oferecendo acessibilidade 24 horas, por 7 dias por semanas.
“O impacto que a covid-19 está tendo sobre a disponibilidade de voos comerciais é evidente e a aviação executiva está atendendo à demanda urgente de conexão global”, comentou Ian Moore, diretor comercial da VistaJet, empresa especializada em voos particulares.
Ainda que muitos países tenham fechado suas fronteiras, empresas continuavam necessitando de deslocamentos de pessoal, especialmente equipes técnicas que atendem a demandas críticas. No mercado doméstico havia ainda a necessidade de manter sistemas abastecidos e com a logística em dia, para atender diversas necessidades do cotidiano e novas tendências que surgiram com o amplo uso de home office.
De acordo com a VistaJet houve um aumento de 49% na demanda corporativa desde o início da pandemia, em meados de março de 2020. O movimento ocorreu em paralelo a redução dos voos comerciais, que chegaram ao pior nível em toda série histórica da IATA, a Associação Internacional do Transporte Aéreo.
No mesmo período, a aviação de negócios nos Estados Unidos apresentou um rápido crescimento na demanda por rotas de longo curso, com voos com mais de 5 horas de duração. Nos últimos seis meses, apenas neste segmento o aumento foi na ordem de 44% em relação ao mesmo período de 2019. A VistaJet afirma que os destinos mais procurados foram voos entre o Reino Unido e a França, que teve a maior parte das rotas comerciais canceladas, assim como restrições severas no uso de trens. Também houve escalada na demanda nos voos entre a Itália e o Reino Unido. Já nos Estados Unidos a maior demanda foi com destino a China, justificado pela necessidade de novos contratos para fornecimento de insumos médicos e hospitalares.
A crescente demanda internacional de voos particulares deverá ser mantida pelos próximos meses, com empresas aproveitando a maior flexibilidade de destinos e modelos de fretamento.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 06/10/2020, às 08h00 - Atualizado às 08h30
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