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Operação Neymar


O craque de futebol Neymar demonstrou ao país a utilidade e a eficiência da aviação executiva. Em agosto último, o jogador participou do amistoso da seleção brasileira contra a Suécia em uma quarta-feira e, logo após a partida, a bordo de um jato intercontinental fretado, decolou de Estocolmo direto para Florianópolis, onde o Santos enfrentaria a equipe do Figueirense, no dia seguinte, pelo Campeonato Brasileiro. Pousou no Aeroporto Hercílio Luz no início da manhã da quinta-feira, perfazendo pouco mais de 14 horas de voo. O detalhe é que o camisa 11 dormiu a viagem praticamente toda, chegou à capital catarinense sem precisar cruzar o saguão do terminal de passageiros e se juntou ao grupo que estava concentrado em um hotel da cidade em não mais que 30 minutos. Resultado: à noite, menos de 28 horas depois de tirar o uniforme da seleção, o astro santista marcou um dos gols mais bonitos do ano e garantiu a primeira vitória do seu time fora de casa no torneio nacional.

A opção do Santos por contratar um táxi-aéreo não apenas viabilizou a escalação de Neymar para o jogo no Brasil como, também, e principalmente, determinou seu desempenho em campo. O atleta pôde ter uma revigorante noite de sono enquanto voava sobre o Oceano Atlântico para Florianópolis sem escalas. As imagens divulgadas pela mídia mostram o jovem ídolo deitado em uma cama, com direito a lençóis, cobertas e travesseiros, além de total privacidade. Com executivos, a lógica é a mesma. Estar descansado para uma jornada de reuniões e poder se deslocar para lugares distantes (e nem sempre servidos por linhas regulares diretas) em espaços curtos de tempo são necessidades decisivas para a produtividade de seu trabalho. É por isso que os jatos corporativos, sobretudo os intercontinentais, oferecem aos passageiros o conforto de uma casa e a funcionalidade de um escritório. Os atuais aviões privativos, como o Bombardier Global XRS usado por Neymar, incorporam as características de verdadeiros hotéis voadores. E são os interiores dessas máquinas que mostramos em nossa matéria de capa, a partir da página 42.

Estande de AERO Magazine durante a Labace 2012

A chamada “Operação Neymar” aconteceu, por coincidência ou não, exatamente durante a maior feira de aviação executiva da América Latina, a Labace, cuja cobertura é outro destaque desta edição. O evento teve recorde de público e marcou a retomada das vendas do setor depois de um primeiro semestre apático por conta das incertezas cambiais. Mais duas feiras estampam as páginas de AERO Magazine neste mês, a britânica de Farnborough e a norte-americana de Oshkosh, a primeira cercada pelos negócios dos grandes fabricantes e a segunda carregada do verdadeiro espírito da aviação. Neste mês, ainda, a Boeing, que completa 80 anos de relações com o Brasil, é tema de nossa seção de História. A reportagem promove a estreia de nosso selo “Origens” e mostra como gigantes que nasceram como Boeing, Douglas, McDonnell e North American trabalham hoje como um só conglomerado.

Bom voo
Giuliano Agmont e Christian Burgos

Redação
Publicado em 04/09/2012, às 11h19 - Atualizado em 27/07/2013, às 18h45


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