Há 25 anos, o navio contêiner Alraigo navegava ao largo da costa de Portugal a caminho de Tenerife, nas Ilhas Canárias. Não muito longe dali, a bordo do porta-aviões britânico HMS Illustrious, que participava de um exercício da OTAN, o tenente Ian “Soapy” Watson, de 25 anos, preparava-se para seu 14º voo num jato de decolagem e pouso verticais Sea Harrier. Watson e outro piloto deveriam decolar e procurar um porta-aviões francês. Simulando condições de combate, os dois partiram sem comunicação por rádio e com radares desligados. Ao chegarem à área de busca, subiram até a altitude determinada, ligaram os radares e iniciaram as buscas em áreas separadas.
Terminada a busca, Watson desceu e rumou para o local onde deveria encontrar o líder da esquadrilha. Como ele não apareceu, Watson tentou usar seu sistema de navegação inercial para voltar ao Illustrious, mas o dispositivo não funcionou. Como sabia que havia rotas de navios perto da costa, rumou para o leste e, quando já estava ficando sem combustível, viu o Alraigo. Os contêineres no seu convés pareciam um ótimo local para pousar, mas assim que o fez, o Sea Harrier ZA176 começou a escorregar para trás até a cauda cair sobre a van de uma floricultura de Tenerife. O Alraigo com o Sea Harrier sobre os contêineres chegou a Tenerife quatro dias depois e o inquérito resultou em uma multa de US$ 1,14 milhão para a Marinha Britânica, além de um longo período de trabalho burocrático para Watson. Posteriormente, ele completou 2.000 horas de voo em Sea Harrier e mais 900 em F/A-18 Hornet.
Por Santiago Oliver
Publicado em 13/12/2014, às 00h00
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