A321XLR realizou voo inaugural e promete revolucionar o mercado de transporte internacional
A Airbus realizou o voo inaugural do A321XLR, a versão de ultralongo alcance do modelo, que permite voar rotas intercontinentais sem escala. O novo avião poderá voar rotas internacionais com até 8.700 km de distância, ampliando as opções de novos destinos ao redor do mundo.
O primeiro A321XLR (MSN 11000) decolou do aeroporto alemão de Hamburg-Finkenwerder às 11h05 (local) para o primeiro voo de teste, que durou 4h35. Por ser um modelo derivado de uma família já certificada, o primeiro voo teve uma duração consideravelmente superior aos voos inaugurais. Em voo foram feitos uma série de avaliações e análises, incluindo principalmente os controles de voo, propulsão, sistemas principais e envelope de voo.
A tripulação foi composta pelos pilotos de ensaio de voo Thierry Diez e Gabriel Diaz de Villegas Giron, e os engenheiros Frank Hohmeister, Philippe Pupin e Mehdi Zeddoun.
Atualmente o A321XRL é o avião de fuselagem estreia com maior alcance da categoria, superando o irmão mais velho, o A321LR.
Com capacidade máxima, em classe única, é de 244 assentos, o A321XRL se destaca por grande flexibilidade operacional. As empresas aéreas poderão optar por voar, com aproximadamente 200 lugares, em novas rotas internacionais, como Nova York e Campinas, ou Miami e Londres, explorando linhas até então inviáveis para modelos de fuselagem larga. Da mesma forma, será possível voar rotas média capacidade, com até 244 lugares, com máximo uso do espaço interno.
O A321XLR foi projetado para complementar a frota de média capacidade das empresas aéreas, operando tanto em linhas internacionais de longo alcance quando em etapas médias com maior número de passageiros. A Airbus oferece os modelos da família A321neo como uma solução integrada aos A330neo, onde a empresa aérea pode voar ambos os aviões, dependendo da rota e horário, com máxima eficiência.
Porém, a Airbus enfrentou alguns entraves no desenvolvimento do A321XLR, que chamou atenção das autoridades aeronáuticas por seu tanque de combustível adicional, instalado na seção central traseira da fuselagem. Um dos temores dos reguladores é que em caso de um pouso de emergência, sem o trem de pouso principal, o avião possa sofrer um grave incêndio. A Airbus trabalha em uma solução adicional, que deverá incluir uma mudança na estrutura do tanque de combustível, o que deverá atrasar o início dos voos comerciais para 2024. Todavia, os ensaios em voo serão conduzidos normalmente, visando adiantar as fases iniciais do processo de certificação.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 15/06/2022, às 17h00
+lidas