Falha em sensor do Stratolaunch reduziu pela metade o voo de teste
O maior avião do mundo retomou seus voos de testes, mas teve que abortar seu sexto voo experimental após um sensor apresentar uma falha. Embora não tenha comprometido a segurança, o sensor, instalado próximo ao profundor esquerdo, tinha como objetivo coletar dados gerais do voo. Com a falha os engenheiros consideraram que não havia sentido manter o teste se não teria a totalidade dos dados necessários.
O Roc, o avião de fuselagem dupla da norte-americana Stratolaunch está em fase de ensaios de voo, visando uma possível certificação especial. O sexto voo de teste foi realizado a partir do aeroporto de Mojave, onde está o Air and Space Port (KMHV), uma área dedicada a operação do gigantesco avião que tem 117 metros de envergadura e 73 metros de comprimento.
O sexto voo de teste deveria durar aproximadamente 3h30, mas a falha foi reportada após 1h26 e tripulação optou por retornar para corrigir o problema. Um dos entraves de continuar a avaliação era a falta de alguns dados de instrumentação, fundamentais para avaliar o comportamento dinâmico do avião.
Durante seu sexto voo o Roc atingiu uma altitude máxima de 15.000 pés, menos da metade do teto de serviço previsto.
A expectativa é realizar em breve o sétimo voo, que deverá compensar o tempo total que não foi realizado recentemente. Porém, por ser um avião dedicado a missões de lançamento espacial, os engenheiros trabalham para avaliar quais ensaios deverão ser realizados em toda a campanha de certificação.
O Roc foi um projeto financiado pelo co-fundador da Microsoft, Paul Allen, que faleceu em outubro de 2018, seis meses antes do primeiro voo do avião gigante. Atualmente, após atrasos acumulados pela falta de financiamento e pela pandemia, os engenheiros e pilotos da Stratolaunch Systems esperam concluir uma complexa campanha de testes com o objetivo de tornar o avião totalmente operacional no próximo ano.
O Roc será usado especialmente no lançamento de veículos espaciais, podendo transportar entre as duas fuselagens uma carga máxima de 250 toneladas, número similar ao que o Antonov An-225 podia transportar a bordo. Uma curiosidade, embora o An-225 tenha sido criado para transportar o Buran, o ônibus espacial soviético, o peso máximo de carga externa era bastante limitado e após a reforma, realizada no avião no final dos anos 1990, a aeronave perdeu a capacidade de transporte sobre a fuselagem.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 11/06/2022, às 07h00
+lidas