Problema de qualidade na produção do Boeing 737 MAX reduz em até 9.000 assentos capacidade na alta temporada
A suspensão das entregas do 737 MAX vai comprometer a capacidade das companhias aéreas durante a próxima temporada de verão no Hemisfério Norte. Segundo Dave Calhoum, CEO da Boeing, o mais recente problema na produção de seu principal produto afetará a entrega de cerca de 45 a 50 aeronaves.
Ainda de acordo com o executivo da Boeing, com os atrasos, as empresas aéreas vão deixar de oferecer cerca de 9 mil assentos na alta temporada de verão. Mesmo com as dificuldades na cadeia de suprimentos e na qualidade de produção, Calhoum afirma que as projeções para 2025 e 2026 permanecem inalteradas, além da meta de atingir um fluxo de caixa livre de US$ 10 bilhões dentro de dois anos.
Na semana passada, a Boeing informou a suspensão das entregas de alguns 737 MAX produzidos em 2019, após identificar um problema na qualidade dos encaixes que prendem o estabilizador vertical da aeronave à fuselagem.
A Spirit Aerosystems, responsável por grande parte da estrutura dos jatos MAX, notificou a Boeing um dia antes do anúncio de interrupção, indicando que as peças produzidas por um subcontratado estavam fora do padrão de qualidade. A falha identificada em duas das oito aletas que unem o estabilizador vertical à fuselagem só não afeta os MAX 9.
A Boeing notificou a agência de aviação civil (Federal Aviation Administration – FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos sobre o problema, e informou que realizará todas as inspeções necessárias para resolver os erros de qualidade indetificados em alguns exemplares do MAX.
Entre as companhias aéreas mais afetas estão a Southwest e a Ryanair, duas das principais clientes da Boeing. A Southwest esperava adicionar noventa MAX durante 2023, no primeiro trimestre do ano, a norte-americana recebeu vinte e nove aviões do modelo.
A Ryanair que negocia a aquisição de novos 737, encerrou o primeiro trimestre com 84 MAX em sua frota, e considera a postergação de parte dos 40 aviões que tem a receber até o fim do primeiro semestre deste ano.
A interrupção nas entregas e produção do 737 MAX, vem após a Boeing registrar o segundo melhor desempenho no volume de entregas. Em março, a empresa entregou 64 aviões, sendo superado apenas pelo último mês de dezembro quando 69 aeronaves foram entregues. As entregas incluíram 52 aviões 737 MAX, além de sete 787 Dreamliner.
A fabricante entregou 130 aviões no primeiro trimestre de 2023, superando a rival Airbus em três unidades no período encerrado em março, alta de 27% em relação ao três primeiros meses do ano passado, quando foram entregues 95 aeronaves.
Por Wesley Lichmann
Publicado em 19/04/2023, às 13h01
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