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Alta na demanda e nos custos

Malha aérea doméstica cresce 12,5%, mas alta nos custos atrapalham recuperação

Malha aérea doméstica registrou crescimento de 12,5% em relação ao mesmo período de 2019, mas alta no preço do combustível e o câmbio atrapalham crescimento do setor


Com criação de novas rotas, aéreas brasileiras ampliaram capilaridade no país - Divulgação
Com criação de novas rotas, aéreas brasileiras ampliaram capilaridade no país - Divulgação

A malha aérea doméstica brasileira registrou crescimento de 12,5% em relação ao mesmo período de 2019, mas a alta no preço do combustível e o câmbio atrapalham o crescimento do setor.

Em evento realizado na última quarta-feira (14), em São Paulo, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association, na sigla em inglês) debateu a recuperação da indústria aérea no país.

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), em outubro deste ano, o número de rotas domésticas oferecidas no país cresceu 12,5%, superando a malha disponível em relação ao mesmo período de 2019. Apesar da retomada dos voos domésticos, o aumento do preço do combustível e a alta do dólar são os principais entraves para um crescimento sólido da aviação brasileira.

Representando cerca de 45% dos custos de uma companhia aérea, o preço médio do querosene de aviação (QAV) registra alta de 115% nos últimos três anos, saindo de R$ 3,85 para R$ 5,50 o litro. No acumulado do ano, o preço médio do querosene registra alta de 49,6%.

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), mostrou que o preço do QAV no Brasil custa 32,3% mais caro do que nos Estados Unidos. Ainda segundo o estudo, os preços nas refinarias brasileiras são 5,1% mais altos quando comparado com os valores cobrados no maior mercado de aviação mundial.

Com os custos dolarizados, o setor também foi impactado com a alta de 30% da moeda americana em relação ao mesmo período de 2019, de R$ 3,95 para R$ 5,15.

Para Dany Oliveira, diretor geral da IATA no Brasil, apesar do potencial de crescimento da indústria aérea brasileira, o ambiente de custos precisa se adequar às melhores práticas mundiais do setor.

“Por sua dimensão territorial, população e tamanho da economia, o país tem tudo para crescer. A partir do momento em que tivermos um ambiente de baixo custo e maior alinhamento às melhores práticas mundiais do setor, criaremos as condições ideais para um crescimento robusto do mercado brasileiro nos próximos anos”, comenta o diretor geral da IATA no Brasil.

Presente no evento realizado pela IATA, Tiago Pereira, diretor ANAC, comentou sobre a retomada do mercado brasileiro, o grande potencial de crescimento que aviação tem no país e a necessidade de redução dos custos para operar no Brasil.

“No Brasil, o transporte aéreo é popular, mas não universal. E reduzir o preço das passagens é fundamental para aumentar a demanda. Por isso, temos que avançar em questões como a judicialização e o custo do combustível, que hoje representa de 45% a 50% dos custos das empresas aéreas o que impacta diretamente no preço da passagem. No pré-pandemia, foram as iniciativas de redução de custo que permitiram mais pessoas voarem”, afirma o diretor da ANAC.

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Por Wesley Lichmann
Publicado em 19/12/2022, às 12h39


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