EUA determinou inspeções rigorosas nos trens de pouso de mais de 500 Boeing 767, após incidente
A agência federal de aviação dos Estados Unidos emitiu uma diretiva de aeronavegabilidade na última quarta-feira (8), determinando que companhias aéreas inspecionem os trens de pouso de seus Boeing 767.
A medida entra em vigor em 12 de fevereiro e afeta 574 aeronaves das variantes -200, -300 e 300F (cargueiro) registradas no país. A determinação foi motivada por um incidente recente em que o trem de pouso dianteiro de um avião do modelo colapsou durante procedimentos de manutenção.
Segundo a FAA, a investigação revelou o uso de técnicas inadequadas de lixamento durante os trabalhos, com uma lixadeira operada fora dos parâmetros especificados, gerando calor excessivo. De acordo com o relatório do órgão, "essa exposição excessiva ao calor comprometeu a integridade do cilindro externo do trem de pouso, um componente crítico para o suporte estrutural".
As inspeções obrigatórias exigem uma análise detalhada dos cilindros externos do trem de pouso para identificar sinais de danos causados por calor, como descoloração, trincas ou deformações. A agência acrescentou que a falha estrutural no cilindro externo pode "resultar na incapacidade de um elemento estrutural principal de suportar a carga limite". Isso representa um risco de colapso do trem de pouso, podendo levar à perda de controle da aeronave e a excursões fora da pista.
A diretiva determina que as companhias aéreas substituam os componentes que apresentarem evidências de danos térmicos após a inspeção. A Boeing informou que está colaborando com as autoridades e operadoras para garantir o cumprimento das medidas estabelecidas.
O 767 não faz mais voos de passageiros em nenhuma companhia aérea brasileira desde novembro de 2023, permanecendo apenas no transporte de cargas.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 10/01/2025, às 08h25