Empresa se adapta a nova realidade do mercado e prevê redução da capacidade
Airbus A380 poderá ser retirado de serviço de forma prematura pela Lufthansa
A crise do coronavírus parece ter selado o fim da linha para os quadrimotores da família Airbus na frota da Lufthansa. A empresa que é uma das maiores operadoras históricas dos A380 e A340-600, não tem mais planos de retomar os serviços com os modelos.
Apesar de não haver um anúncio oficial acerca da aposentadoria em definitivo, durante uma entrevista ao podcast Aviation Strainght Takl Live, da Eurocontrol, Carsten Spohr, CEO da Lufthansa, afirmou que ambos os jatos não farão parte dos planos da companhia.
O executivo justificou a possível aposentadoria imediata dos quadrimotores a modernização da frota. A Lufthansa está recebendo os novos A350 XWB, que possuem capacidade similar aos A340-600 e a previsão futura de incorporar também os 777-9, da Boeing, que oferecem capacidade ligeiramente inferior ao A380. Além disso, nova realidade do transporte aéreo, que impactou sobretudo as operações internacionais, deve ser um dos principais fatores para a decisão.
“Retiramos [de serviço] os aviões quadrimotores, imobilizamos toda a frota do A380 e tiramos [de operação] o A340-600, que não planejamos trazer de volta ao ar. Portanto, há uma modernização significativa da frota acontecendo. E fato de que agora somos uma companhia aérea menor e, portanto, devemos apenas pela natureza pura da matemática por trás disso, modernizar nossa frota mais rapidamente”, anunciou Spohr em entrevista ao podcast da Eurocontrol.
A frota dos A340-600 e A380 está estocada na Alemanha e Espanha desde meados de abril do ano passado. Na ocasião, a Lufthansa tinha em seus planos manter todos os A340-600 e A380 armazenados por dezoito meses, período que projetou ser suficiente para a demanda por viagens internacionais voltasse para os níveis pré-pandemia, algo que certamente não irá se concretizar.
Outro ponto que pode estar pesando contra manter estes dois quadrijatos na frota é o elevado custo ao manter todas as aeronaves armazenadas por um longo período, ainda mais em um momento de baixo fluxo de caixa. Para viabilizar a situação, a Lufthansa enviou algumas unidades do Super Jumbo para Teruel, aeroporto espanhol que ficou famoso durante a pandemia por conta do excesso de aeronaves estocadas, evitando assim as elevadas taxas do aeroporto alemão de Frankfurt.
Enquanto a aposentadoria parece ser o caminho certo para os quadrimotores da Airbus, o Boeing 747-8 segue o caminho oposto, demonstrando a vontade da Lufthansa em manter a icônica Rainha dos Céus por mais alguns anos servindo a companhia aérea. Após menos de quinze anos o 747 retomará o posto de maior avião da frota da empresa alemã.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 28/01/2021, às 16h00
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