O Boeing 747 também marca uma importante presença no meio militar, em missões estratégicas
O clássico 747 Jumbo, que teve sua última unidade entregue ontem (31) também teve destaque no meio militar. A capacidade do 747 foi um atrativo para a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF, na sigla em inglês), seja para o transporte VIP do presidente ou em missões estratégicas.
Provavelmente, o 747 mais conhecido do mundo é o VC-25A, popularmente conhecido como Air Force One, ou seja, o avião presidencial dos Estados Unidos.
Incorporado à frota VIP da USAF em 1990, o VC-25A (nome oficial do avião) é baseado no Boeing 747-200B, que foi amplamente modificado para o transporte presidencial.
O avião dispõe de vários sistemas de segurança, como contramedidas visando a proteção da aeronave, podendo até mesmo escapar de mísseis ar-ar e terra-ar, além de dispor da capacidade de ser reabastecido em voo. Além disso, uma suíte executiva composta por um camarote, uma sala de conferência e cozinha completam a parte interna da aeronave.
Os atuais VC-25A em uso desde a década de 1990 serão em breve substituidos pordois Boeing 747-8, que estão passando por uma grande modificação para atender as viagens do presidente dos Estados Unidos. Os aviões devem chegar na USAF apenas em 2024, quase uma década depois de terem iniciado o processo de modificação, assinado pelo então presidente Donald Trump.
Comandar o país em uma situação de grave crise é uma preocupação dos Estados Unidos e isso pode ser feito em voo, por meio do E-4B Nightwatch, conhecido com avião do Juízo Final.
A missão do avião basicamente é um centro de comando voador. Em caso de uma emergência nacional ou de uma destruição dos centros de comando em solo, o E-4B entra em ação.
Também baseado no Boeing 747-200B, o Nightwatch tem uma série de sistemas e sensores tecnológicos. Além disso, o avião dispõe de uma área de trabalho de comando, sala de conferências, sala de briefing, área de trabalho da equipe de operações, área de comunicações e área de descanso.
O Nightwatch também serve como avião de transporte para o secretário de Defesa dos Estados Unidos e pode levar até 122 pessoas.
Dá mesma maneira que o VC-25, o E-4B dispõe de recursos de segurança como: dispositivos contra efeitos do pulso eletromagnético gerado por detonação nuclear, comunicação por satélite e capacidade de manter link direto com as principais autoridades dos Estados Unidos.
O Boeing 747 também serviu com uma plataforma de um canhão laser que teria como objetivo destruir mísseis balísticos, sobretudo armados nuclearmente. A USAF escolheu um Boeing 747-400F (versão cargueira) para a ousada missão. Nascia assim o YAL-1 no começo da década de 2000.
O programa Airborne Laser Testbed, tinha como objetivo localizar e destruir mísseis balísticos em trajetória de aceleração, o que deveria ser feito por meio de um poderoso laser.
"O Jumbo caçador de mísseis" era equipado com um grande equipamento no nariz da aeronave e diversos outros sensores e sistemas.
No entanto, o avião com seu poderoso laser se mostrou bastante complexo e jamais entrou em serviço ativo. Uma série de problemas, inclusive nas leis da física, que tornavam impossível manter o laser ativo sobre o míssil por vários quilômetros, contribuiram para o encerramento do programa.
Por André Magalhães
Publicado em 31/01/2023, às 15h25 - Atualizado em 01/02/2023, às 15h25
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