Itália confisca ativos da SuperJet International e encerra projeto russo de vender aviões comerciais no mundo
O governo da Itália congelou mais de 146 milhões de euros em ativos da SuperJet International, responsável pela comercialização no Ocidente do avião comercial russo Sukhoi SSJ 100. A apreensão de ativos enterra sonho russo de vender globalmente aviões comerciais.
A empresa é uma joint-venture entre a russa United Aircraft Corporation e a italiana Leonardo. Embora o embargo afete a sociedade, a justiça da Itália afirmou que foram atingidos apenas os 90% do ativo de propriedade russa, sem afetar os 10% da sociedade da Leonardo.
O confisco, no entanto, deverá atingir os mais de 140 funcionários da empresa, que não poderão ser remunerados de imediato. As autoridades trabalham com o banco italiano Intesa Sanpaolo afirmou que poderá liberar os pagamentos estritamente relacionados aos salários aos funcionários que abrirem uma conta pessoal. A intenção é impedir a transferência de fundos do SuperJet International para outras instituições.
O bloqueio ocorre em um momento de ampliação das sanções comerciais e econômicas contra a Rússia, que enfrenta o mais grave isolamento de sua história.
Além de impedir a movimentação financeira, a SuperJet ainda teve quatro aviões, que estão no aeroporto Marco Polo, em Veneza, proibidos de deixar a Itália. A sede da SuperJet International, em Veneza, também foi bloqueada pela justiça.
Dois dos aviões deveriam ter sido entregues para a mexicana Interjet, mas após uma série de problemas a companhia aérea cancelou o pedido.
A SuperJet surgiu, em 2007, de uma parceria entre a Sukhoi e a então Alenia Aermacchi (atualmente Leonardo), em um modelo de joint-venture de 51/49 porcento das ações. Porém, com os constantes problemas de pós-venda por parte dos russos, a Leonardo vendeu quase a totalidade de suas ações, ficando com apenas 10% da sociedade. A Sukhoi, atual UAC, enfrentou uma série de críticas dos únicos dois operadores Ocidentais, a Interjet e a irlandesa CityJet.
Com os confiscos globais de ativos russos no exterior, a SuperJet possivelmente será liquidada, junto com o sonho da UAC em comercializar com sucesso o MS-21, seu mais novo avião comercial.
Com o fim da União Soviética a Rússia passou a desejar, pela primeira vez em sua história, ingressar no bilionários e concorrido mercado global de aviões comerciais. O Superjet 100, que contou com consultoria da Boeing, poderia disputar o segmento regional, mas suprte precário impediu qualquer chance de sucesso.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 29/05/2022, às 18h00
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