Gol e Anac pretendem avaliar alterações no sistema do avião e certificar a operação do modelo
737 MAX ficou 20 meses proibido de voar e seu retorno representa um desafio sem precedentes para a Boeing
Com grande expectativa sobre o retorno do Boeing 737 MAX no Brasil, a Gol e Anac farão amanhã (24) o primeiro voo para verificar as novas atualizações implementadas no modelo. O ensaio deverá permitir validar se as alterações inseridas no extenso programa de revisão do projeto do avião atendem aos requisitos exigidos pela agência brasileira.
Originalmente a Gol tinha planos de realizar o voo no dia 28 de novembro, com o PR-XMA, seguido do PR-XMB, respectivamente o primeiro e segundo 737 MAX 8 recebidos pela companhia. Os outros dois aviões, XMC e XMD voariam em meados de dezembro.
Com apenas sete aeronaves em sua frota, a Gol é a única companhia do Brasil a operar MAX, que deveria ao longo dos últimos meses ter substituído grande parte dos 737 Next Generation em serviço. A companhia iniciou o treinamento em simulador como parte do processo do retorno, além de verificar junto a Anac os novos procedimentos de aeronavegabilidade emitidos pela Boeing e FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos.
Com o retorno operacional esperado apenas para 2021, resta a Boeing, entres reguladores e as companhias aéreas realizarem um amplo trabalho para validar todas as mudanças realizadas e especialmente como os passageiros vão lidar com o retorno do avião que foi proibido de voar por longos vinte meses.
O retorno do 737 MAX é fundamental para os planos da Gol que estava utilizando o modelo em suas linhas internacionais para os Estados Unidos, obtendo considerável sucesso nas rotas. Todavia, ainda que pandemia e o fechamento de fronteiras tenha atrasado o processo de recertificação da família MAX, se tornou um alívio nas pressões pela malha internacional da Gol no curto prazo.
Resta saber se a companhia retornará, no momento adequado, as ligações internacionais pré-proibição de voos do 737 MAX ou se apostará no uso destas aeronaves no mercado doméstico para avaliar um eventual nível de rejeição por parte dos passageiros.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 23/11/2020, às 17h00 - Atualizado em 24/11/2020, às 17h55
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