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Falha na produção do 787 Dreamliner é descoberta pela Boeing

Problema divulgado envolve montagem incorreta dos estabilizadores horizontais


Falha na montagem dos estabilizadores horizontais pode comprometer vida útil do componente

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A Boeing alertou o mercado sobre potenciais atrasos nas entregas da família 787 Dreamliner, após descobrir três falhas nos sistemas de produção do modelo.

Em uma verificação os engenheiros descobriram que durante a montagem do estabilizador horizontal, alguns componentes eram fixados com força (torque) superior ao especificado pelo projeto.

O uso continuado do componente mal produzido pode levar em folga e calços inadequados, considerado fora dos padrões corretos de desgaste natural, ainda que não represente um risco imediato de segurança de voo. Por ora, o problema envolve partes montadas em uma planta industrial de Salt Lake City, Utah. Porém, o problema passou a ser corrigido nos aviões já produzidos e ainda não entregues.

A Boeing afirmou que identificou o problema em fevereiro, mas anunciou a falha apenas na última terça-feira (8). O processo envolveu uma investigação dos procedimentos por parte da FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos.

Segundo a agência Reuters, o problema com o estabilizador horizontal pode exigir a inspeção de até cerca de 900 aviões. Não existe no momento a chance de problemas graves, nem mesmo a possibilidade de proibição de voo dos aviões, com as ações sendo restritas a verificação do correto torque dos componentes. “A análise [do problema] está em andamento para determinar se uma ação é necessária na frota em serviço”, afirmou a Boeing.

O problema se soma a uma falha que obrigou a paralisação de oito aviões, que apresentaram a montagem incorreta da junção de seções da fuselagem. Além disso, a FAA também investiga outros dois procedimentos na fabricação do 787, mas não divulgou maiores detalhes.

A Boeing afirmou que possivelmente as inspeções adicionais vão afetar o cronograma de entregas do 787 no curto prazo, que ocorre em um momento de baixa demanda por aeronaves novas.

Aliás, a Boeing está ficando sem espaço para armazenar os 787 já produzidos ao longo dos últimos meses. O espaço disponível nas unidades de Everett, nos arredores de Seattle, e Charleston, na Carolina do Sul, estão ocupadas. Nos últimos seis meses foram produzidos 36 aviões, dos quais apenas três foram entregues. Os demais aguardam uma melhora nas condições do mercado de aviação.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 09/09/2020, às 16h00 - Atualizado às 18h01


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