Aviação de negócios liderou o período com 21 aeronaves entregues, ante apenas sete da aviação comercial
Entregas da Embraer na aviação comercial foram afetadas pela pandemia de covid-19 ao redor do mundo
A Embraer encerrou o terceiro trimestre do ano com uma sua carteira de pedidos firmes (backlog) de US$ 15,1 bilhões e entregou sete aeronaves comerciais e 21 aviões de negócios (19 jatos leves e dois grandes).
O resultado nas entregas da aviação comercial reflete os impactos da pandemia no setor de transporte regular, ao mesmo tempo que demonstra ainda a força do segmento executivo. Com o cancelamento maciço de voos comerciais e as incertezas quanto as questões de biossegurança, a aviação de negócios se destacou por ser uma opção segura de viagens e que mantém sua operação mesmo em tempos de crise.
Excluindo-se os itens especiais, o resultado operacional (EBIT) e o resultado operacional acrescido da depreciação e amortização (EBITDA) ajustados foram de R$ 239,5 milhões e R$ 40,7) milhões, respectivamente, levando a margens de -5,9% e -1,0%. O resultado foi impactado pela redução nas entregas da aviação comercial e alterações nos contratos promovidos por empresas aéreas durante o auge da pandemia.
Ainda assim, os resultados do terceiro trimestre impacto positivo de R$ 41,7 milhões graças aos itens especiais, assim dividido: R$ 292,5 milhões de despesas com reestruturação relacionadas ao ajuste da força de trabalho ocorrido na Embraer; R$ 68,9milhões de provisão adicional para perdas de crédito esperadas durante a pandemia; R$ 317,2 milhões de reversão de deterioração (impairment) na aviação comercial, que impactou positivamente os resultados e; R$ 85,9 milhões de reversão de impairment na aviação executiva, que também impactou positivamente os resultados do trimestre.
No período a Embraer apresentou prejuízo líquido ajustado (excluindo-se impostos diferidos e itens especiais) de R$ 797,5 milhões e prejuízo por ação ajustado de R$ 1,08. Com uso livre de caixa ajustado de R$ 3.03 bilhões, ainda afetado por aumentos de capital de giro, especialmente atrelados aos estoques mais altos na aviação comercial.
O relatório da Embraer aponta que a liquidez permaneceu sólida e fechou com um caixa de R$ 12,3 bilhões, acima dos R$ 10,9 bilhões do trimestre anterior, apesar do fluxo de caixa livre negativo no terceiro trimestre. Um dos destaques foi a emissão de US$ 750 milhões em títulos com vencimento em 2028, dos quais US$ 250 milhões foram destinados para pagar antecipadamente parcelas de títulos com vencimento entre 2022 e 2023. O restante, US$ 500 milhões, foram adicionados em liquidez. A gestão de passivos da Embraer durante o terceiro trimestre resultou no aumento do prazo médio do endividamento de 3,8 anos para 4,5 anos
A Embraer ainda destacou que as incerteza relacionadas à pandemia da covid-19, levaram a suspensão das estimativas financeiras e de entregas para 2020.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 11/11/2020, às 10h00 - Atualizado às 11h43
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