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CEO da Dassault afirma que a França corre risco de ficar atrás na corrida espacial

Éric Trappier, CEO da Dassault Aviation, criticou a falta de investimento francês em naves espaciais


A França corre risco de obsolescência tecnológica no setor espacial - Dassault Aviation
A França corre risco de obsolescência tecnológica no setor espacial - Dassault Aviation

Durante audiência na Comissão de Defesa da Assembleia Nacional da França, realizada na última quarta-feira (9), Éric Trappier, CEO da Dassault Aviation, afirmou que o país está ficando para trás no desenvolvimento de tecnologias espaciais militares, em especial no campo dos naves espaciais reutilizáveis. Segundo o executivo, a ausência de um programa nacional dedicado ao tema compromete a soberania e a segurança estratégica francesa no espaço.

Trappier foi categórico ao destacar a falta de interesse institucional e a escassez de recursos como barreiras para o avanço da França nesse setor vital. “Hoje não há nave espacial. Tenho a ideia na cabeça. Tenho a vontade. Mas sinto que ninguém está interessado”, declarou. Para o CEO da Dassault, essa inércia coloca a França em clara desvantagem frente às grandes potências espaciais.

A preocupação com a segurança espacial não é nova na França. Em 2018, Florence Parly, a então ministra da Defesa, disse que o satélite russo Luch (Olymp-K) tentou espionar o satélite franco-italiano Athena-Fidus, responsável por fornecer comunicações seguras para as forças armadas e serviços de emergência.

Além disso, a Força Aérea Francesa já havia identificado aproximações suspeitas de satélites estrangeiros aos seus ativos em 2012, 2013 e 2015.

Estados Unidos e China lideram corrida por aviões espaciais

Enquanto a França debate seu papel no domínio espacial, países como Estados Unidos e China avançam com programas ambiciosos e bem financiados. Os norte-americanos operam desde 2010 o X-37B, um veículo espacial não tripulado, reutilizável e desenvolvido para missões secretas da Força Aérea e da Força Espacial. Empresas privadas como SpaceX e Sierra Space também estão na vanguarda, investindo em veículos com aplicações militares e comerciais.

A China, por sua vez, realiza testes de combate orbital com satélites capazes de se mover de forma coordenada, simulando confrontos no espaço — uma estratégia que levanta preocupações globais sobre o uso militar do ambiente orbital.

Trappier encerrou sua fala com uma advertência: "Precisamos manter isso em mente. Porque o espaço está se desenvolvendo muito rápido".

Por Marcel Cardoso
Publicado em 15/04/2025, às 10h13


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