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Adquiridos da Rússia

Força aérea afirma que não está negociando a venda do Mi-35

Jornal francês afirma que helicópteros de ataque podem ser vendidos para grupo rebelde líbio


O Brasil poderia estar negociando a venda de seus helicópteros de ataque Mi-35, designados como AH-2 Sabre da FAB, com a Líbia. A notícia foi divulgada pelo periódico de defesa francês Intelligente Online, que afirma que o Brasil estaria articulando a venda de um lote dos helicópteros de seu inventário para a Libyan National Army, um grupo liderado pelo general Khalifa Haftar, através de uma operação financiada pelos Emirados Árabes Unidos.

Em contato com o Comando da Aeronáutica, a reportagem obteve a resposta que "a Força Aérea Brasileira não tem qualquer negociação nesse sentido". Analistas consideram pouco provável o Brasil vender armamento com potencial uso por uma força paramilitar não reconhecida por Tripoli, o que poderia causar danos a imagem do país no exterior.

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As aeronaves adquiridas da Rússia como forma de equilibrar a balança comercial entre os dois países, em um momento que o lado brasileiro possuía ampla vantagem nas exportações, através de commodities, em relação aos russos.

Os helicópteros de ataque Mi-35 são mundialmente reconhecidos por sua ampla capacidade de combate e seu extenso poder de fogo, assim como por terem elevados custos operacionais e por ter um apoio logístico deficiente por parte da Rússia.

O Brasil recebeu 12 aeronaves em dois lotes, o primeiro com seis aeronaves oriundas do estoque russo e o segundo com aeronaves novas. Os helicópteros são operados pelo 2º/8º GAv, o Esquadrão Poti, baseado em Porto Velho, em Rondônia. Ainda que sejam helicóptero de ataque, usualmente operados pelo exército, o Brasil optou por destina-los a Força Aérea Brasileira, em um modelo operacional incomum no restante do mundo.

Mesmo sendo poderosas armas de combate os Mi-35 se destacam no mundo por seu elevado custo operacional e grandes dificuldades em obter suporte do fabricante. Além disso, seus motores são produzidos na Ucrânia, incluindo assim um terceiro país na complexa logística operacional.

Caso a venda seja efetivada os helicópteros serão destinados ao general Khalifa Haftar, líder rebelde que tem apoio de diversos países árabes em sua luta contra o atual governo líbio, que assumiu o país após a queda do ditador Muammar al-Gaddafi.

Leia a integra da nota do Comando da Aeronáutica:

Em relação às matérias veiculadas no mês de fevereiro do corrente ano sobre uma possível negociação das aeronaves AH-2 Sabre (MI-35) da FAB, o Comando da Aeronáutica informa que não há qualquer tipo de tratativa, nesse sentido, em andamento.

O Comando da Aeronáutica prossegue no objetivo de incrementar a disponibilidade de seus meios, por intermédio de ações de manutenção executadas pelos seus especialistas e aquisição de material junto aos seus fornecedores, não havendo nenhuma previsão, até o momento, de descontinuidade na operação desta frota.

*Texto atualizado às 17h00 do dia 18 de fevereiro de 2020

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 18/02/2020, às 15h00 - Atualizado em 20/02/2020, às 16h33


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