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Boeing registra prejuízo de US$ 636 milhões em 2019

Mesmo com prejuízo carteira de pedidos soma estoque de receita total de US$ 463 bilhões


737 MAX se tornou a principal fonte de problemas para a Boeing, mas manteve carteira de pedidos estável 

A crise relacionada ao 737 MAX levou a Boeing a registrar seu primeiro prejuízo em 23 anos. As perdas acumuladas em 2019 foram de US$ 636 milhões, ante uma projeção para um lucro de justamente o mesmo valor. Comparativamente, em 2018 a Boeing havia registrado lucro de US$ 10,4 bilhões. Ainda assim a companhia possui um estoque de receita total de US$ 463 bilhões.

O prejuízo operacional foi de US$ 2,53 bilhões, ou US$ 2,33 por ação, ante ao resultado com um lucro de US$ 3,87 bilhões, ou US$ 5,48 por ação, em 2018. No último trimestre de 2019 a fabricante obteve uma receita de US$ 17,9 bilhões, enquanto no acumulado do ano a receita foi de US$ 76,6 bilhões, com fluxo de caixa operacional de US$ 2,4 bilhões e estoque total de US$ 463 bilhões, incluindo mais de 5.400 aviões comerciais encomendados.

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“Reconhecemos que temos muito trabalho a fazer”, disse o presidente e CEO da Boeing, David Calhoun, na ocasião da divulgação do balanço trimestral.

A receita do quarto trimestre da divisão de aviões comerciais foi de US$ 7,5 bilhões, com a margem operacional do quarto trimestre caindo para 38,1%, reflexo do menor fluxo de entregas do 737 e encargos antes dos impostos de US$ 2,6 bilhões relacionado a possíveis concessões e indenizações estimadas, assim como outras considerações para clientes do 737 MAX.

Os custos estimados para produzir o 737 aumentou em US$ 2,6 bilhões durante o último trimestre, principalmente pela impossibilidade de entregar os aviões já construídos, o que impactou na geração de caixa e obrigou a fabricante a custear por outras formas a produção do avião. Além disso, a suspensão da produção do 737 MAX e uma retomada gradual da montagem das aeronaves, inicialmente com baixas taxas de produção, resultarão em aproximadamente US$ 4 bilhões em custos extras na produção principalmente em 2020.

"Estamos focados em recolocar o 737 MAX em serviço com segurança e restaurar a confiança de longa data que a marca Boeing representa com o público”, ressaltou Calhoun.

A Boeing Commercial Airplanes entregou 79 aviões durante o último trimestre, incluindo 45 787 Dreamliner, atualmente o principal produto da empresa em termos de entregas. Além disso, a Boeing ainda obteve um pedido adicional para 30 aeronaves da família 737 MAX durante o Dubai Air Show, somado a dois 777F encomendados pela Lufthansa e outros 36 pedidos para o 787.

Conforme anunciado anteriormente, a Boeing vai reduzir a taxa de produção mensal do 787 de quatorze para doze aviões. A medida visa ajustar a fabricação do modelo com base no ambiente atual e nas perspectivas de mercado de curto prazo. Espera-se ainda que a produção seja ajustada para 10 aviões por mês no início de 2021 e retorne para 12 aviões mensais em meados de 2023.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 30/01/2020, às 16h00 - Atualizado às 20h35


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