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Mais uma na conta da COVID-19

Boeing e Airbus somam prejuízos de US$ 4,3 bilhões no primeiro trimestre

Pandemia do coronavírus pressionou negativamente resultados dos dois maiores fabricantes aeronáuticos do mundo


Airbus enfrenta maior crise de sua história após avanço da COVID-19 no mundo

Os dois maiores fabricantes de aeronaves comerciais do mundo, a europeia Airbus e a norte-americana Boeing, somaram prejuízos de US$ 4,3 bilhões no balanço do primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2019.

Com o crescente avanço da pandemia do coronavírus, muitos países adotaram restrições de viagens, o que reduziu o movimento de passageiros em quase 95% em todo o mundo, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Para a indústria o maior impacto foi na revisão dos contratos por parte das empresas aéreas, que passaram a postergar as entregas ou mesmo cancelaram grande parte dos pedidos.

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“A pandemia do coronavírus foi responsável pela maior crise no mercado de aviação na história”, disse Guillaume Faury, presidente da Airbus. O prejuízo líquido do fabricante foi de US$ 515 milhões e poderá iniciar um programa de demissão de parte de seus funcionários.

Para a Boeing o prejuízo líquido foi maior, atingindo a marca de US$ 641 milhões. A crise gerada pela COVID-19 ajudou a deteriorar a situação já delicada do segmento de aviação comercial da empresa, que a já não estava confortável por conta dos problemas do Boeing 737 MAX.  O resultando da proibição dos voos com o modelo, em março de 2019, levou a escalada dos custos e a total paralisação na produção do modelo em janeiro passado. Além dos pátios tomados pelos 737 MAX que estão aguardando a certificação que poderá sair ainda este ano, a Boeing enfrenta incertezas sobre o futuro do modelo.

Restrições de viagens no mundo ampliaram a delicada situação financeira da Boeing em 2020

A Boeing faturou no primeiro trimestre deste ano, pouco mais de US$ 16,9 bilhões, mas espera contar com uma ajuda financeira do governo norte-americano de até US $ 60 bilhões para poder atravessar a crise com as contas em dia.

Analistas afirmam que a negociação com o governo dos Estados Unidos foi o principal motivo da desistência do acordo da joint venture com a Embraer. Além de contratualmente a Boeing não poder utilizar a ajuda oficial em investimos no exterior, seria inadmissível para o contribuinte norte-americano assistir o uso de recursos públicos para a parceria com a Embraer.

A Airbus teve um faturamento de US$ 16,2 bilhões no primeiro trimestre, ao mesmo tempo que anunciou a diminuição em um terço da sua produção. A França e Alemanha, países que fazem parte do consórcio Airbus, já se comprometeram em fazer um acordo de ajuda financeira.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 02/05/2020, às 14h00 - Atualizado às 15h15


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