Aeroporto deverá fechar até o dia 1 de maio e vai dificultar a formação de pilotos na região metropolitana de Belo Horizonte
O aeroporto Carlos Prates, em Belo Horizonte, deverá ser definitivamente fechado no dia 1º de maio. Uma audiência pública foi realizada hoje para tratar dos aspectos de como funcionamento do aeroporto oferece riscos e desconforto aos moradores da região.
O aeroporto localizado na região central de Belo Horizonte é alvo de críticas de moradores que alegam que o barulho das aeronaves perturba o sossego e ainda veem o risco atrelado a operação aérea em uma área urbana. Entre 2015 e 2019 foram registrados três acidentes fatais com aeronaves que tinham como origem ou destino o aeroporto mineiro. Ainda que o total seja acima da média nacional, os problemas não estavam relacionados diretamente com a segurança do aeródromo, mas ocasionados por questões operacionais das aeronaves.
Um dos entraves do fechamento do aeroporto envolve o fim das operações das cinco escolas de aviação ali instaladas, com aproximadamente 500 alunos em formação. Em entrevista a Comunicação Social da Câmara dos Vereadores, Guilherme Teixeira, piloto e vice-presidente da Associação Voa Prates, alertou que o fechamento do aeroporto deverá comprometer a formação de pilotos na região metropolitana de Belo Horizonte. “O fechamento do aeroporto será a aniquilação da aprendizagem no estado”, afirmou Teixeira.
O clamor popular vem crescendo nos últimos anos pelo fim do aeroporto, o que foi agora tornado um projeto em debate na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Entre os destinos propostos pelos parlamentares está o uso do terreno para construção de moradias populares e a manutenção do Parque Maria do Socorro, que já existente no local e sua manutenção é responsabilidade da Infraero.
Em 2019, logo após o acidente com um Cirrus SR20, que foi carbonizado após o choque com o solo, a Comissão de Transporte realizou uma audiência pública na qual moradores do entorno para tratar do encerramento das atividades do aeroporto.
Na ocasião a comissão chegou a questionar a Anac sobre dados de fiscalização e documentos de autorização da operação do terminal. Porém, segundo a agência de aviação, tanto o aeroporto e as empresas que operam no local estavam devidamente licenciados.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 24/03/2022, às 18h10
+lidas