AERO Magazine
Busca

Geração Millennium

Avião opcionalmente pilotado entra em testes finais de voo

Modelo pode ter um piloto a bordo ou ser operado por equipes de solo


Targus OVP é o primeiro avião com opção de ser pilotado de forma remota ou com piloto a bordo

Um novo avião opcionalmente pilotado iniciou os ensaios em voo na Espanha, ampliando as possibilidades do uso de aeronaves com ou sem pilotos. O Targur OPV (Optionally Piloted Vehicle) foi projetado para prestar apoio as missões de busca e resgate, extinção de incêndios, proteção meio ambiental e do território e controle de usos do solo, entre outras aplicações.

O modelo é baseado na plataforma do avião italiano Tecnam P2006T, mas se difere da versão original por dispor de um complexo sistema que permite operar de forma remota ou com um piloto a bordo. Nos primeiros voos o Targus OPV contará com todos os seus sistemas de vigilância radar e eletro-ópticos integrados transmitindo para a estação de controle de terra.

Recentemente, entre os meses de junho e julho, o Targus já completou uma primeira série de testes que demonstraram sua capacidade para ser pilotado remotamente em terra e voar de forma autônoma. Na fase atual o avião vai testar todos seus sistemas de missão, que inclui o radar Seaspray 5000E eletro-óptico e infravermelho de alta resolução (FLIR UltraForce 275-HD ou Wescam MX-10), assim como o Sistema de Identificação Automática marítimo, que coletam e enviam dados para a estação de controle em tempo real.

Targus OVP

Targus OVP é baseado no bimotor italiano Tecnam P2006T

Ainda que existam diversos modelos de drones com capacidade similar, operando de forma completamente remota, o objetivo do Targus OPV é reduzir os custos de aquisição de operação deste tipo de aeronave. Ao permitir ainda ser operado por um piloto a bordo, o modelo amplia as opções de uso, que em determinadas situações poderá se beneficiar da presença humana a bordo. Uma das características marcantes do projeto é que mesmo voando através de pilotagem remota, como um drone, o Targus pode operar em espaço aéreo não-segregado, como ocorre com a maioria das aeronaves no mundo. Nenhum outro drone em desenvolvimento havia obtido anteriormente licença para realizar voos como estes, na Espanha, o que representa um marco para a indústria aeronáutica. Porém, por questões de segurança todos os testes são realizados sob as condições aprovadas pela EASA, agência europeia de aviação, sob um protocolo especial de comunicação estabelecido com o controle aéreo do aeroporto de Santiago de Compostela.

A nova fase de ensaios em voo permitirá o desenvolvimento final da primeira aeronave opcionalmente pilotada, o tornando também um dos maiores drones da atualidade, com 1,25 toneladas, onze metros de envergadura e equipado com dois motores ROTAX 912 S3 de 100 hp cada.

Por ora, o Targus ainda está voando com um piloto a bordo, que é responsável por decolar e pousar o avião. Em voo o sistema é assumido por uma equipe de terra, que passa a controlar o avião. A opção de manter o piloto na cabine permitiu avançar mais rapidamente no programa de ensaios, reduzindo ainda os custos e riscos.

O projeto também propõe uma grande vantagem operacional para os usuários, que poderão sobrevoar de forma tripulada zonas urbanas ou aterrissar em aeroportos sem restrições e voar sem piloto ao chegar à zona de operações.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 19/11/2020, às 16h00 - Atualizado às 19h28


Mais Notícias