Uso do avião de reconhecimento U-2 dos Estados Unidos permitiu a coleta e investigação da missão do balão espião chinês
O balão chinês abatido pelos Estados Unidos, no último sábado (4), foi "interceptado" por um veterano U-2, o avião de reconhecimento de alta altitude usado pela força aérea.
Voando acima dos 70.000 pés o balão chinês estava longe da capacidade de voo de todos os caças do arsenal da Força Aérea dos Estados Unidos. Assim, o U-2 que pode voar até próximo dos 80.000 pés, foi acionado para verificar detalhes do balão.
“As imagens de alta resolução dos sobrevoos do U-2 revelaram que o balão de alta altitude era capaz de conduzir operações de coleta de sinais de inteligência”, disse um alto funcionário do Departamento de Estado.
O balão tinha como características mais visíveis seu grande porte e os painéis solares, que segundo os Estados Unidos mantinham em funcionamento não apenas os equipamentos de inteligência, mas também um eventual controle do balão, que poderia subir os descer conforme necessário.
O U-2 tem como característica sua capacidade de voos em alta altitude, podendo atingir a mesma altitude que o balão sobrevoava a América do Norte, entre 60.000 a 70.000 pés. Todavia, balões meteroloógicos, com a mesma tecnologia usada no balão chinês, podem atingir mais de 120.000 pés de altitude.
Os Estados Unidos afirmam que o grande balão era uma plataforma de espionagem, já a China diz que o voo era para fins científicos, de estudos meteorológicos e de demais pesquisas relacionadas. Pequim condenou a ação norte-americana, afirmando que foi exagerada e que exige a devolução dos destroços.
O balão estava sendo rastreado pela defesa dos EUA e do Canadá desde o dia 28 de janeiro, quando ingressou no Alasca e sobrevoou regiões estratégicas da defesa norte-americana, como os estados de Montana e Colorado, londe estão localizadas bases e silos armados com mísseis balísticos intercontinentais, como o Minuteman III, com capacidade nuclear.
A opção de abater o enorme balão ocorreu apenas quando ele estava sobre o mar, na costa da Carolina do Sul, visando previnir danos a pessoas e estruturas em solo, já que o balão tinha o tamanho de um avião regional. Além disso, também havia interesse de recolher os destroços da maneira mais intacta possível, o que seria difícil caso o objeto colidisse com o solo.
Por André Magalhães
Publicado em 10/02/2023, às 15h50
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