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Fim de uma era

Espião U-2 aposentou a câmera de filme em 2022

O avião espião U-2 aposentou apenas em 2022 a sua antiga e poderosa câmera de filme


U-2 é uma das aeronaves mais antigas dos EUA, mas mantém sua importância estratégica - USAF
U-2 é uma das aeronaves mais antigas dos EUA, mas mantém sua importância estratégica - USAF

Após 66 anos o avião de espionagem U-2 realizou sua última missão usando uma câmera analógica, dando início agora ao uso apenas de sistemas digitais. O último voo de reconhecimento com uma câmera de filme, tecnicamente chamada de Optical Bar Camera (OBC, na sigla em inglês), ocorreu no dia 24 de junho deste ano.

Os militares, da base aérea de Beale, na Califórnia, envolvidos com a missão final consideraram o feito memorável dado o histórico de uso do equipamento. O tenente-coronel Ralph Shoukry foi o responsável pelo último voo do U-2 usando o equipamento, um dos mais antigos do mundo, encerrando assim uma Era e iniciando uma nova fase completamente digital ao veterano avião.

"Este evento encerra um capítulo de décadas para a Base Aérea de Beale com o processamento de filmes, e abre outro capítulo no mundo digital”, disse Adam Marigliani, especialista em suporte de engenharia da Collins Aerospace.  

Após o voo os técnicos desistalaram a câmera OBC do U-2 selando por completo uma operação de mais de 50 anos.

O Dragon Lady foi equipado com a câmera OBC em 1974, uma verão modificada em relação ao que era utilizado no icônico avião de reconhecimento SR-71 Blackbird.

O OBC teve como propósito substituir o sensor IRIS de longa duração. Enquanto a distância focal de 24 polegadas do IRIS forneceu ampla cobertura, a distância focal de 30 polegadas do OBC permitiu uma resolução significativamente maior.

A câmera de filme foi utilizada em vários casos, mesmo em cenários de apoio a catástrofes, como nas pesquisas do furacão Katrina e o acidente na usina nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão.

Contudo, por ser utilizada em uma aeronave militar de reconhecimento, o OBS foi evidentemente empregado em zonas de conflito, com o caso mais recente nas operações no Afeganistão, quando o U-2 fotografava todo o país a cada 90 dias, e as imagens coletadas serviram para planejar as operações futuras.

Entre os anos 1974 e 1991, o U-2 também apoiou centenas de missões de reconhecimento e inteligência contra alvos na extinta União Soviética, apoiando os voos com o SR-71. Até mais recentemente o U-2 também fotografou com detalhes a China, Coréia do Norte e até mesmo a Venezuela.

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Por André Magalhães
Publicado em 13/07/2022, às 08h50


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