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Piloto heroína

Avião de Amelia Earhart pode ter sido encontrado

O avião que Amelia Earhart voava em 1937 e que está desaparecido há quase 90 anos pode ter sido encontrado 60 milhas da rota


Amelia Earhart em frente ao seu Electra L-10
Amelia Earhart em frente ao seu Electra L-10

Há quase 90 anos a aviadora Amelia Earhart e seu marito Fred Noonan desapareceram sem deixar qualquer pista em algum ponto no Pacífico. A dupla realizava uma circum-navegação e se aproximava na etapa final quando seu Lockheed Electra sumiu antes de chegar na remota Ilha Howland.

Desde então, diversas teorias e hipóteses foram levantadas, mas nenhuma chegou perto de desvendar o paradeiro da lendária aviadora. Contudo, o mistério pode estar próximo do final. A empresa de exploração marítima Deep Sea Vision divulgou imagens de uma pesquisa que pode finalmente ter encontrado o Electra de Earhard.

O Sonar de Abertura Sintética (SAS, na sigla em inglês) gera imagens tridimensionais do leito marinho e obteve detalhes de um objeto no fundo do oceano com aproximadamente o mesmo tamanho e formato do Electra desaparecido.

O uso do SAS é comum entre empresas especializadas em exploração de naufrágios e sítios arqueológicos marinhos, assim como em pesquisas oceanográficas gerais. O sistema permite um mapeamento detalhado, com imagens em 3D que oferece grande detalhamento dos objetos localizados no fundo do mar.

Ainda assim, a busca não foi simples, a Deep Sea Vistion varreu uma área de aproximadamente 8.400 quilômetros quadrados, praticamente a mesma área de Porto Rico e um pouco maior que as Ilhas Canárias. As buscas levaram quase três meses até o primeiro retorno com o formato do avião ter sido detectado pelo sonar. “Estamos entusiasmados por ter feito esta descoberta no final da nossa expedição e planeamos encerrar uma grande história americana”, disse o fundador da empresa, Tony Romeo.

Segundo os pesquisadores, o uso do SAS para busca por pequenos detritos em nível decimétrico é a solução ideal por sua excelente capacidade de retornar com imagens nítidas e com bom nível de detalhamento, oferecendo a capacidade de discernir alvos discretos de 3 a 5 cm, garantindo que nada seja perdido.

Segundo a Deep Sea Vision, a tecnologia utilizada nas buscas foi desenvolvida colaboração com a Kongsberg Discovery, com o SAS fornecendo uma varredura com uma taxa de cobertura elevada, mas que através de técnicas de processamento subamostradas a resolução pode ser uma ordem de magnitude maior do que um equivalente ao sonar de varredura lateral convencional. Assim, o sonar da Deep Sea Vision requer apenas uma única passagem em qualquer alvo para uma definição conclusiva.

Amelia Earhart
Imagem do sonar tem dimensões e volume próximo do Electra usado por Amelia Earhart

Além disso, os veículos que transportam o SAS trabalham em uma faixa dupla no EM2040, dobrando a densidade de dados do blind gap. Isso permite detecções com um ganho de 30% na eficiência de aquisição.

Já para definir a área de buscas a Sea Deep Vistion se baseou em um estudo de 2010 realizado pela pesquisadora da NASA, Liz Smith, que também é piloto. Segundo a cientista, é possível que Noonan tenha cometido um erro de navegação ao desconsiderar a passagem pela Linha Internacional de Data. Como o responsável pela navegação da viagem, Noonan deveria traçar uma rota até a Ilha Howland, mas ao desconsiderar, possivelmente pelo cansaço, a Linha Internacional de Data, a rota tomou um curso de aproximadamente 60 milhas a oeste da desejada.

Cientes da teoria, que é bastante plausível, os pesquisadores da Sea Deep Vision conseguiram definir com boa precisão um quadrante de buscas em uma região remona no Pacífico.

Agora com os dados coletados é possível que a equipe retorne ao local para uma análise mais detalhada. A missão depende de algumas definições para acontecer, incluindo algum patrocínio adicional para poder descer ao leito marinho. Caso seja confirmado se tratar do avião de Amelia Earhart, os pesquisadores terão resolvido um mistério que começou em 1937.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 31/01/2024, às 16h00


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