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Antes tarde do que nunca

Avião da Mitsubishi está próximo de se tornar realidade

MRJ90 deverá ser entregue em 2020, sete anos depois do cronograma original


Avião comercial japonês está atrasado 7 anos e enfrenta agora as gigantes Airbus e Boeing

A japonesa Mitsubishi Aircraft iniciou os testes de certificação final do MRJ90, seu novo avião de passageiros e o primeiro produzido no Japão desde a década de 1960. Os ensaios em voo ocorrem nos Estados Unidos, com o protótipo número 4 (FTA4) e devem durar aproximadamente um ano.

A primeira fase de testes iniciou no estado de Washington, ironicamente onde fica a principal planta industrial da Boeing, onde na sequencia deverá percorrer diversas regiões do país coletando dados de desempenho. Além dos Estados Unidos serem o principal mercado projetado para a família MRJ, o país conta com diversos climas e formações geográficas que permitem explorar quase a totalidade do envelope de voo de uma aeronave civil.

A All Nippon Airways deverá ser a primeira operadora do MRJ

O MRJ90 é o primeiro projeto de uma aeronave comercial desenvolvida no Japão em mais de 50 anos. O modelo foi anunciado em meados de 2007, mas a primeira entrega deverá ocorrer apenas no final de 2020, mais de sete anos depois do planejado. A Mitsubishi Aicraft enfrentou uma série de contratempos durante o projeto, desenvolvimento e produção da aeronave. Inclusive, recentemente a Bombardier passou acusar formalmente a empresa japonesa de roubar dados de seu programa CSeries (recém vendido para a Airbus). A alegação é que a Mitsubishi contratou técnicos e engenheiros que estiveram envolvidos no programa do jato regional canadense. Todavia, eles teriam copiado dados sigilosos dos estudos do projeto CSeries, antes de pedirem desligamento da empresa.

Bombardier acusa formalmente a Mitsubishi de ter roubado dados do projeto do programa CSeries

Outro entrave para o MRJ é que durante seu desenvolvimento a Mitsubishi optou por certificar primeiro o MRJ90, versão de maior capacidade, com opção de até 90 assentos. Todavia, o mercado regional norte-americano possui regras que impede o uso de aeronaves com mais de 70 assentos, justamente a faixa de mercado projetada para o MRJ70, que não tem data para começar a ser desenvolvido. Além disso, o modelo chega ao mercado atrasado em relação aos rivais Airbus A220 (ex-CSeries) e aos brasileiros E-Jet E2. A expectativa é que a joint-venture entre a Embraer e a Boeing, que absorve justamente essa família de aeronaves, seja concluída antes mesmo da primeira entrega do MRJ90.

Por Edmundo Ubiratan | Foto: Divulgação
Publicado em 08/03/2019, às 17h00 - Atualizado às 19h55


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