AERO Magazine
Busca

Voo humanitário

Avião decola da Inglaterra com apenas um passageiro a bordo

Com capacidade para 371 passageiros, um Airbus A330 realizou um voo com único cliente


Airbus A330 da Hi Fly pode transportar até 317 passageiros, mas decolou com apenas um

Um Airbus A330, com capacidade para até 317 passageiros, decolou de Manchester, no Reino Unido para Islamabad, no Paquistão, com apenas um cliente a bordo. O voo incomum aconteceu para atender um voo humanitário, mesmo com as restrições de operação aérea entre os dois países.

Além do incomum fato de ter apenas um passageiro a bordo, o voo foi realizado pela portuguesa Hi Fly, fretado pela empresa aérea estatal paquistanesa Pakistan International Airlines (PIA).

O voo surpreendeu até mesmo os tripulantes do A330, pois jamais imaginariam a possibilidade de realizar um voo fretado por quase sete horas em um avião que acomoda mais de 300 passageiros com apenas uma poltrona ocupada na classe executiva.

Classe economica do A330 da HiFly

Todos os assentos da classe econômica estavam vazios no voo especial para o Paquistão

Ainda que a especificidade do voo não tenha sido declarada pela PIA, é pouco provável que outro voo similar ocorra no mundo, ao menos envolvendo uma aeronave de grande porte destinada ao transporte de passageiros. Alguns voos VIP, até mesmo com aeronaves maiores, são comuns, mas a própria configuração interna reduz drasticamente a capacidade.

Restrição Dupla

O governo paquistanês anunciou a suspensão de todos os voos do Reino Unido no último dia 22 de dezembro, como uma resposta ao anúncio de uma nova cepa com maior contágio do coronavírus. Porém, por se tratar de um voo humanitário, o governo do Paquistão concedeu permissão para uma operação especial fretada pela empresa de bandeira do país.

Do outro lado, em junho de 2020 a agência europeia para a segurança da aviação (EASA, na sigla em inglês) proibiu a totalidade dos voos da Pakistan International Airlines para a Europa. A medida ocorreu após o governo paquistanês revelar que quase um terço dos pilotos do Paquistão atuam de maneira irregular, portando carteiras de pilotos e exames médicos falsos.

 A investigação ocorreu após o acidente com o voo 8303 da PIA, que matou 97 das 99 pessoas que estavam a bordo de um Airbus A320. Uma série de erros grosseiros e manobras fora do padrão comprometeram a segurança do voo, levando as autoridades a realizar um pente fino nos contratos de pilotos.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 06/01/2021, às 13h00 - Atualizado às 14h39


Mais Notícias