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Inspeção emergencial

Autoridades pedem inspeção imediata dos motores PW4000 do Boeing 777

Avião da United Airlines sofreu uma falha estrutural grave no motor direito logo após a decolagem


Fogo na imagem é relacionada ao funcionamento do motor, com as câmaras de combustão ainda funcionando

A FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos, emitiu uma diretriz exigindo a imediata inspeção nos motores Pratt & Whitney PW4000, utilizados em alguns Boeing 777-200. A medida é uma resposta após uma falha grave ocorrida no último sábado (20), em um voo da United Airlines que voava de Denver, no Colorado, para Honolulu, no Havaí.

A diretriz solicita o exame detalhado em todos os motores PW4000, incluindo a redução no intervalo de manutenção, especialmente em relação as pás do fan, que podem ser as responsáveis pelo grave incidente.

O anúncio aconteceu apenas um dia após o voo 328 da United Airlines retornar em emergência ao aeroporto de Denver após o motor direito entrar em colapso e parte de sua estrutura cair no condado de Broomfield, distante 50 quilômetros do aeroporto.

A FAA preventivamente pediu uma inspeção emergencial em todos os motores PW4000 em uso. Atualmente apenas a United Airlines emprega o motor nos Estados Unidos, que equipa 24 de seus 777-200, a maioria com mais de 25 anos de uso.

“[os inspetores] concluíram que o intervalo de vistoria deve ser reduzido para as pás ocas do fan deste modelo de motor usados exclusivamente nos Boeing 777”, anunciou Steve Dickson, administrador da FAA.

Segundo o NTSB, órgão de segurança dos transportes dos Estados Unidos, as primeiras evidenciais mostram que duas pás estavam fraturadas, enquanto as demais exibiam danos. Porém, as autoridades ressaltam que é cedo para avaliar o que exatamente ocorreu durante o evento que gerou uma grave falha estrutural no motor.

Parte da estrutura do motor PW4000 que caiu do Boeing 777 em Denver

Parte dos fragmentos do motor PW4000 caiu em terrenos do condado de Broomfield | Foto: Broomfield Police Department

O problema não tem qualquer relação com o projeto do avião ou com a Boeing. É possível que a ocorrência tenha sido causada por um estresse estrutural, que ainda está sendo avaliado, podendo ser inclusive por longo período de utilização ou ingestão de objeto estranho, até mesmo um passado durante a fase se subida.

Saiba mais...

Em dezembro do ano passado, um 777-200 da Japan Air Lines sofreu uma falha similar, perdendo parte da carenagem e registrando danos nas pás do rotor. O problema envolve a série PW4000 da Pratt & Whitney, utilizado nos primeiros modelos do 777.

O avião envolvido no incidente da United Airlines, de registro N773UA, é o quarto protótipo do 777-200, sendo utilizado em parte da campanha de ensaios em voo e certificação do modelo. O avião realizou o seu primeiro voo em outubro de 1994 e foi entregue para a United Airlines dois anos depois. Desde então a aeronave voa especialmente em voos de médio curso na América do Norte, graças sua grande capacidade de transporte e o alcance menor que versões posteriores da família 777.

Vale ressaltar que o uso de protótipos por empresas aéreas é rotina na aviação regular em todo o mundo. As aeronaves passam por uma complexa revisão antes de serem formalmente entregues para as companhias, tendo a vida útil exatamente igual dos aviões de série. O primeiro protótipo do 777 voou por mais de duas décadas pela Catahy Pacific, de Hong Kong, sem apresentar nenhum incidente grave. Atualmente o avião está em exposição no Pima Air Space Museu, nos Estados Unidos.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 22/02/2021, às 08h00 - Atualizado às 10h02


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