Dados da CNSeg apontam arrecadação de cerca de R$ 607 milhões com seguro aeronáutico no primeiro semestre
A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), informou que o seguro aeronáutico apresentou um crescimento significativo de dois dígitos no Brasil no primeiro semestre de 2024.
O grupo que inclui os seguros de Satélite, Responsabilidade Civil Hangar, Aeronáutico Cascos, Responsabilidade Civil Facultativo e Responsabilidade Civil do Explorador ou Transportador Aéreo (RETA) arrecadou aproximadamente R$ 607 milhões. O montante representa um aumento de 28,1% em relação ao mesmo período de 2023. No mesmo intervalo, as indenizações pagas chegaram a R$ 262,6 milhões, um crescimento de 57%.
O RETA, seguro obrigatório voltado para a proteção de vítimas de acidentes aéreos, tem se destacado no setor. Ele cobre danos causados a terceiros, incluindo danos materiais e custos de proteção às vítimas, de até R$ 103 mil por pessoa e até R$ 205 mil para danos materiais em solo, conforme as normas vigentes. De janeiro a junho, esse produto pagou mais de R$ 4 milhões às vítimas, enquanto a arrecadação subiu de R$ 9,9 milhões para R$ 10,3 milhões, um aumento de 4,3%.
“O seguro RETA representa uma tranquilidade para o operador, pois repara danos que a sua operação possa causar a terceiros. Essa tranquilidade se estende à população, uma vez que o RETA repara danos causados a um proprietário de terreno, casa ou outro bem que tenha sido atingido em um acidente aéreo”, disse Carlos Polizio, coordenador da subcomissão de Seguros Aeronáuticos da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
Dentro do segmento aeronáutico, o sub-ramo Casco é o que possui maior participação, correspondendo a 67% da arrecadação do setor. Ele protege o casco da aeronave, cobrindo danos à estrutura, motores e equipamentos, e também oferece cobertura para o reembolso de despesas relacionadas a sinistros e responsabilidade civil de passageiros, carga, tripulação, além de pessoas e bens em solo. No primeiro semestre, o seguro de Casco arrecadou R$ 407,1 milhões, um aumento de 19,8% em comparação com 2023, e pagou R$ 192,3 milhões em indenizações.
“Para onde a aeronave está voando, o que ou quem ela está transportando? Nesse momento, é essencial contar com a consultoria de um corretor especializado para enquadrar corretamente o seu perfil de operação e dimensionar os valores a serem reparados a terceiros”, disse Polizio.
Um estudo do Centro de Documentação e Memória do Mercado Segurador (Cedom), da CNseg, indica que, nos primeiros anos da aviação comercial, a cobertura de seguros era limitada, refletindo o estágio inicial da indústria aérea nacional.
A criação da Comissão de Seguros Aeronáuticos, que reuniu todas as seguradoras do setor, permitiu definir o que constituía o seguro aeronáutico e desenvolver uma apólice que especificava as coberturas da época. Atualmente, o seguro aeronáutico no Brasil é regulamentado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Por Marcel Cardoso
Publicado em 06/09/2024, às 09h23
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