Mesmo sendo francês a venda do caça Rafale pode ser dificultada pelo embargo inglês após a Guerra das Malvinas
A Argentina cogita comprar caças Dassault Rafale para renovar sua aviação de combate bastante envelhecida. Há vários anos, o governo argentino busca uma solução para substituir sua quase inexistente frota de caças, que desde a Guerra das Malvinas sofre embargo britânico.
O secretário de assuntos internacionais da Defesa da Argentina, Francisco Cafiero, em visita a Paris, se encontrou com o diretor geral de armamentos no âmbito internacional da França, Gaël Díaz de Tuesta, para tratar do assunto.
Apesar do comunicado oficial da defesa da Argentina não ter mencionado o Rafale, foi discutido entre as autoridades "propostas de novos equipamentos militares que incluem a possibilidade de transferência de tecnologia para fortalecer o desenvolvimento industrial".
O país sul-americano almeja comprar novos caças, tendo já avaliado o chinês JF-17 e o indiano LCA Tejas, bem como os aviões multifuncionais F-16 (utilizados pela Dinamarca) e o francês Rafale, este último listado segundo o site Defense Mirror.
Contudo, a compra de novos aviões é dificultada por questões geopolíticas. O embargo imposto pelo Reino Unido a partir de 1982, e ainda em vigor, restringe o uso de equipamentos militares que tenham componentes de origem inglesa, como os assentos ejetáveis Martin Baker, padrão na maioria dos caças do mundo.
A eventual compra de aviões da Rússia ou China, por exemplo, poderia evitar os embargos britânicos, mas esbarra na baixa confiabilidade de pós-venda e de limitadas linhas de financiamento. O governo argentino, em diversas ocasiões, descartou material russo por temer não receber suporte adequado no médio e longo prazo.
Por André Magalhães
Publicado em 05/04/2023, às 09h10
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