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EUA preparam F-22 para operar com esquadrão de drones

O F-22 será o primeiro caça da USAF com integração as capacidades do Collaborative Combat Aircraft


Força Aérea dos EUA inicia integração do F-22 com drones de combate - USAF
Força Aérea dos EUA inicia integração do F-22 com drones de combate - USAF

O F-22 Raptor deve se tornar o primeiro caça da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) a operar em conjunto com drones de combate, conhecidos como Collaborative Combat Aircraft (CCA) ou “loyal wingman”.

A informação se tornou pública em novos relatórios oficiais do Pentágono que indicam que a integração será iniciada nos próximos anos como parte de um amplo programa de modernização da frota de F-22.

A USAF planeja iniciar a instalação de sistemas de controle baseados em tablets no F-22 a partir do próximo ano fiscal. O orçamento prevê cerca de US$ 15 milhões para a integração com plataformas tripuladas, sendo US$ 12,2 milhões destinados à aquisição de 142 tablets especiais e sistemas associados — número próximo à quantidade de Raptor com capacidade operacional atualmente em serviço.

O upgrade faz parte de um pacote de melhorias que já vinha sendo implementado para manter o F-22 relevante no papel de superioridade aérea na próxima década e, possivelmente, até os anos 2040. Entre as tecnologias avaliadas para a comunicação com os CCA está o Inter-Flight Data Link (IFDL), uma rede segura considerada difícil de ser interceptada ou bloqueada.

Frota reduzida

A adoção dos drones de combate busca compensar a redução na frota de aviões de combate da USAF, que hoje possui cerca de 4.000 aeronaves em serviço (excluindo aviões de treinamento e drones), o menor número desde a Segunda Guerra Mundial. O alto custo de caças modernos como o F-35 impede aquisições em grande volume.

Os CCA são vistos como uma alternativa para restaurar a capacidade de presença em múltiplos teatros de operação. O bilionário Elon Musk, enquanto a frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), afirmou que os drones devem se tornar a principal linha de defesa e ataque dos Estados Unidos.

Ainda que sem relação a visão de Musk, o plano atual da USAF prevê a aquisição de 100 a 150 unidades na fase inicial e, posteriormente, cerca de 1.000 drones ao longo de incrementos futuros, com os primeiros exemplares operacionais antes de 2030.

F-35 e os futuros F-47 e B-21

O F-35 Lightning II, o futuro caça de sexta geração F-47 e o bombardeiro B-21 Raider, ambos ainda em desenvolvimento, também devem integrar os CCA. O F-47 está sendo projetado como um centro de comando aéreo, com capacidade para operar múltiplos drones equipados com inteligência artificial avançada. Já o B-21 foi concebido para agregar uma série de capacidades, incluindo atuar de forma autônoma e conduzir grandes enxames de drones.

A Marinha e os Marines também desenvolvem programas relacionados ao conceito CCA. Internacionalmente, países como China, Rússia e a União Europeia avançam em projetos similares. Embora os russos tenham saído na frente no uso de drones colaborativos, a tecnologia ainda apresenta uma série de falhas e desafios. Em 2024, um drone russo S-70 Okhotnik-B foi abatido por um Su-57 após uma falha durante operações sobre a Ucrânia. O problema não foi divulgado, mas evidencia que o conceito ainda não está plenamente operacional.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 10/07/2025, às 14h00


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