Arábia Saudita e Qatar suspenderam o bloqueio de fronteira e espaço aéreo em vigor desde 2017
Sem restrições de sobrevoo, as aeronaves da Qatar Airways poderão voar rotas mais curtas
Um dos últimos casos de sucesso nas relações internacionais do governo Trump foi anunciado na mesma semana que os Estados Unidos assistiram a invasão do Congresso. A Arábia Saudita e o Qatar firmaram o fim dos bloqueios de fronteira entre os dois países, colocando fim as limitações do uso do espaço aéreo e de águas territoriais.
O fechamento das fronteiras foi oficializado em 2017, após acusações mútuas entre ambos os lados. O presidente norte-americano intermediou um acordo entre as nações árabes ao longo dos últimos meses, levando inclusive a inédita aproximação entre os Emirados Árabes Unidos e Israel. A suspensão das restrições fronteiriças entre o Qatar e Arábia Saudita permitirá uma retomada das relações entre os dois países.
O governo dos Estados Unidos espera que o fim das disputas políticas na região possa permitir uma maior cooperação entre os países do Golfo.
Com as regras vigentes, os aviões da Qatar Airways não podiam sobrevoar o espaço aéreo saudita, ampliando consideravelmente as rotas e aumentando o tempo de voo. Ainda que a mesma restrição se aplicasse as aeronaves sauditas, o pequeno território do Qatar não impactava as operações da Saudia, a principal empresa aérea da Arábia Saudita.
O episódio do fechamento de fronteiras teve início em junho de 2017, quando o Qatar foi acusado pelos Emirados Árabes, Barein, Egito e Arábia Saudita de apoiar grupos terroristas. Após a decisão, além do rompimento das relações diplomáticas, aeronaves do Qatar ficaram proibidas de realizar sobrevoo em todos os países acima, gerando para a Qatar Airways um prejuízo estimado em US$ 5 bilhões apenas com custos adicionais.
A situação ainda em julho de 2017 foi parar na Corte Internacional de Justiça (CIJ), dando parecer favorável ao Qatar.
Agora com as fronteiras abertas com a Arábia Saudita, a Qatar Airways não terá que fazer mais desvios sobre os países vizinhos, como o Irã, beneficiando no ganho de tempo, somado ao menor consumo de combustível.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 07/01/2021, às 13h00 - Atualizado em 08/01/2021, às 11h07
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