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Boas expectativas

Apesar das incertezas, Boeing prevê melhora no cenário da América Latina

Fabricante projeta crescimento no tráfego de passageiros de 5% ao ano até 2039


Boeing 737-800 da Gol

Demanda na América Latina deverá ser majoritariamente por aviões de corredor único

A Boeing divulgou hoje (25) seu estudo de crescimento da aviação comercial mundial para os próximos dezoito anos. A projeção aponta que a América Latina e Caribe deve receber juntos 2.610 novas aeronaves nas próximas duas décadas. Globalmente, a Boeing projeta a necessidade de 43.100 novos aviões comerciais e uma demanda por serviços pós-vendas equivalente a US$ 9 trilhões nas próximas duas décadas.

A maioria dos aviões na América Latina e Caribe será de corredor único, na faixa de 130 até 220 assentos, que devem ser responsáveis por quase 90% da demanda, mantendo a característica de voos inter-regionais, especialmente em países da América do Sul e Central. Demanda para o segmento é de mais de 2.360 novas aeronaves de corredor único, com valor estimado em US$ 290 bilhões.

O total de aviões de dois corredores é estimado em 150 unidades, além de vinte cargueiros de fuselagem larga, demonstrando que a perspectiva é de uma demanda ainda contida em viagens de longo curso ou demanda elevada em voos locais. O total representa um valor total de entrega de US$ 75 bilhões.

A previsão atual reflete o impacto de curto-prazo da pandemia da covid-19, assim como os fundamentos de longo prazo para viagens aéreas. O gráfico da análise do Commercial Market Outlook 2020 (CMO) da Boeing mostra uma forte retração no período entre 2020. Entretanto, a curva de crescimento volta a crescer rapidamente nos próximos cinco anos, podendo retomar o movimento de ascensão projetado antes da pandemia.

"Apesar da indústria de aviação em toda a América Latina e Caribe ter sofrido consideravelmente durante a pandemia, os impulsionadores fundamentais ao crescimento na região permanecem robustos", afirma Ricardo Cavero, vice-presidente de vendas para a América Latina e Caribe. "Sobretudo a América do Sul tem um potencial mercadológico considerável a ser desbravado para aumentar as viagens aéreas, devido à expansão econômica e uma vasta área geográfica melhor atendida."

Até 2039, o crescimento do tráfego de passageiros em toda a região está projetado em 5,1% por ano, com crescimento anual da frota de aviões em 3,5%. Também se destaca o fato da região poder absorver até 110 novos aviões cargueiros no período. Ainda que o valor seja distante dos mais de 900 projetados para a América do Norte, ainda mantém a projeção de crescimento da carga aérea para a região, especialmente na América do Sul.

Regionalmente, a Boeing projeta que o número de pessoas viajando dentro da América do Sul também irá ultrapassar o fluxo de tráfego entre a América Central e do Norte durante o período da previsão.

O crescimento do mercado deverá exigir 36.000 novos pilotos e 47.000 comissários, além de 34.000 técnicos e mecânicos.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 25/02/2021, às 17h40 - Atualizado às 18h00


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